A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (9) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes em descontos aplicados a aposentadorias e pensões do INSS. A ação foi autorizada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No total, são 66 mandados de busca e apreensão cumpridos em nove unidades da federação: São Paulo (45), Sergipe (12), Amazonas (1), Rio Grande do Norte (1), Santa Catarina (2), Pernambuco (2), Bahia (2) e Distrito Federal (1).
Um dos alvos é o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), em São Paulo, ligado a José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O diretor do sindicato, Milton Baptista de Souza Filho, também é investigado e tem depoimento marcado na CPI do INSS, a pedido do senador Rogério Marinho (PL-RN).
Dinheiro apreendido durante a operação
De acordo com a PF, o foco desta fase é aprofundar as apurações sobre entidades e sindicatos que realizavam descontos ilegais nos contracheques de aposentados e pensionistas, utilizando dados pessoais sem autorização dos beneficiários.
Entre os investigados está a Amar Brasil, associação que teria recebido cerca de R$ 300 milhões por meio dos descontos. O presidente da entidade, Américo Monte, também foi convocado para depor na CPI.
A investigação aponta ainda indícios de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa e ocultação de patrimônio. Segundo o inquérito, parte dos valores desviados foi pulverizada para dificultar o rastreamento.
A Operação Sem Desconto teve início em abril de 2024, quando a PF começou a apurar o esquema. Entre os principais alvos estão Antônio Carlos Camilo, conhecido como o “careca do INSS”, apontado como lobista, e o empresário Maurício Camisotti, ligado a associações suspeitas, além de ex-servidores do instituto. Todos negam envolvimento.
