
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, confirmou nesta quinta-feira (18) que o Primeiro Comando da Capital (PCC) está diretamente envolvido na morte do ex-delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes. A afirmação foi feita durante uma coletiva de imprensa na capital paulista.

"Não resta dúvida do envolvimento do PCC, principalmente pela participação do Mascherano. O crime organizado participou da execução", declarou o secretário. Ele se referia a Felipe Avelino de Souza, conhecido como Mascherano, um dos dois principais suspeitos identificados pela polícia até agora.
O outro suspeito apontado é Flavio Henrique Fernandes. Ambos estão foragidos, e até o momento a defesa dos dois não foi localizada pela imprensa.
Segundo Derrite, ainda não está claro qual teria sido a motivação do crime. “A dúvida que resta é sobre a motivação. Se ela está relacionada à carreira do delegado ou pela atuação na prefeitura de Praia Grande”, afirmou. Fontes atuava, até ser assassinado, como secretário de Administração na cidade litorânea.
Prisões e novos desdobramentos
Uma mulher de 25 anos identificada como Dahesly Oliveira Pires foi presa temporariamente por suspeita de ter ajudado na logística do crime. De acordo com a polícia, ela teria transportado o fuzil usado na execução. Dahesly é apontada como namorada de um dos foragidos e já respondia a processo por tráfico de drogas. Ela era procurada desde 2023.
A prisão foi autorizada pela Justiça após pedido da equipe de investigação. A jovem foi levada para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde prestou depoimento na noite de quarta-feira (17). Durante o interrogatório, ela não explicou a motivação do crime, mas detalhou aspectos operacionais da ação.
Ainda na quarta-feira, familiares de dois dos envolvidos na emboscada que culminou na morte de Fontes também foram ouvidos pela polícia e liberados em seguida.
Ligações com o PCC e possíveis motivações
A força-tarefa responsável pela investigação apura uma possível conexão entre o assassinato e a saída recente de um líder do PCC de um presídio federal. Fontes foi morto em uma emboscada que, segundo fontes da área de segurança, pode ter sido coordenada por membros da facção criminosa.
Duas principais linhas investigativas estão em curso: a possibilidade de o crime ter sido uma retaliação do PCC, ou uma resposta relacionada à atuação recente do ex-delegado na prefeitura de Praia Grande, onde exercia cargo estratégico.
As investigações continuam, e a Secretaria de Segurança Pública afirma que novas diligências estão sendo realizadas para localizar os suspeitos e esclarecer todos os detalhes do caso.
