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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul abriu inquérito civil para investigar falhas no atendimento da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), em Campo Grande. A apuração, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gacep), foi iniciada em outubro de 2023 e deixou de tramitar em sigilo neste mês. O prazo é de um ano, prorrogável por igual período.

Em agosto, o Grupo de Trabalho da Deam concluiu a análise de 6.062 boletins de ocorrência que estavam represados até 12 de fevereiro de 2024, data do assassinato da jornalista Vanessa Ricarte. Desde então, a delegacia voltou a acumular registros e já soma cerca de 1,8 mil boletins parados.
O inquérito também apura a demora em atendimentos de flagrante. Em um único fim de semana, foram registrados dez casos de violência doméstica em sequência, o que sobrecarregou a equipe. Há relatos de viaturas da Polícia Militar aguardando de duas a quatro horas para concluir ocorrências, o que reduz a disponibilidade do policiamento ostensivo.
Outro ponto em análise é a tramitação de denúncias encaminhadas pelo Disque 180 e por outros canais oficiais. Entre agosto de 2023 e janeiro de 2024, o Ministério das Mulheres identificou 480 registros sem andamento. Após análise, 97 permaneceram sem resposta às vítimas, enquanto os demais eram referentes a municípios do interior não atendidos pela Deam de Campo Grande.
O inquérito busca identificar medidas para reduzir o represamento, reorganizar os plantões e acelerar a devolutiva de denúncias feitas por centrais nacionais.
Em nota, a Polícia Civil informou que tem colaborado com o Ministério Público e que a rede de proteção à mulher no estado passa por processo de modernização, com digitalização de procedimentos, integração entre órgãos, uso de inteligência artificial e ampliação de programas de prevenção e acolhimento.
