
Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que a morte da estudante Alícia Valentina, de 10 anos, foi causada por traumatismo craniano provocado por objeto contundente. A menina morreu no último dia 8, no Hospital da Restauração, em Recife, após ter sido agredida dentro da Escola Municipal Tia Zita, em Belém do São Francisco, no Sertão de Pernambuco.

De acordo com a Polícia Civil, um adolescente de 12 anos foi apreendido na quinta-feira (11) por ato infracional análogo a lesão corporal seguida de morte. A ordem partiu do Juízo da Comarca de Belém do São Francisco, e o garoto foi localizado próximo ao distrito de Nazaré, na zona rural de Floresta.
O caso
A agressão ocorreu em 4 de setembro, quando alunos aguardavam o início das aulas no pátio da escola. Segundo apuração, Alícia foi perseguida até o banheiro, onde o menino tentou beijá-la à força. Após a recusa, ele teria desferido um golpe em seu rosto, fazendo com que a menina caísse e batesse a cabeça na quina da parede.
Com ferimentos graves, Alícia apresentou sangramento no ouvido e no nariz. Inicialmente, foi atendida no Hospital José Alventino Lima, em Belém do São Francisco, mas o quadro se agravou com vômitos de sangue. Ela foi transferida para o Hospital Regional Inácio de Sá, em Salgueiro, e depois removida para o Recife, onde teve morte cerebral quatro dias depois.
Família pede justiça
A tragédia comoveu a população local.
“Não só a nossa família, mas toda a sociedade de Belém quer justiça”, disse Jacira Lima, prima da mãe de Alícia.
Segundo Jacira, a escola sempre foi considerada tranquila, sem histórico de violência grave.
Esclarecimentos da prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Belém do São Francisco lamentou a morte e negou negligência médica.
“Não houve alta hospitalar pelos profissionais de saúde. A menor foi levada para casa por sua mãe sem autorização da médica plantonista”, afirmou o comunicado.
O município declarou ainda que o caso foi encaminhado às autoridades competentes, responsáveis por investigar as circunstâncias do crime.
Contexto familiar
Alícia cursava o 6º ano do ensino fundamental, tinha uma irmã gêmea e outros dois irmãos. Filha de pais separados, era criada pela mãe, que trabalha como empregada doméstica para sustentar a família.
A investigação continua sob responsabilidade da Polícia Civil de Pernambuco.
