
O Ministério das Mulheres anunciou, neste sábado (15), que irá investigar o atendimento prestado à jornalista Vanessa Ricarte, assassinada pelo ex-noivo na última quarta-feira (12), em Campo Grande.
A medida vem após a divulgação de um áudio em que Vanessa relata ter informado às autoridades sua decisão de voltar para casa, onde estava o agressor, sem o acompanhamento adequado da Patrulha Maria da Penha, contrariando protocolos de segurança para vítimas de violência doméstica.
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Em nota oficial, o ministério informou que enviou um ofício à Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, solicitando a abertura de um procedimento investigativo para apurar a conduta dos profissionais que prestaram atendimento à jornalista. O documento também foi encaminhado ao Ministério Público, cobrando providências sobre o caso.
Cida Gonçalves é a ministra das Mulheres - (Foto: Arquivo)
Falhas no atendimento à vítima serão analisadas - A decisão do Ministério das Mulheres de intervir no caso veio após a divulgação de elementos que indicam possíveis falhas na assistência prestada a ela. De acordo com o protocolo de avaliação de risco para mulheres em situação de violência, vítimas que optam por retornar para locais onde há perigo iminente devem ser escoltadas pela Patrulha Maria da Penha, medida que não foi cumprida no caso de Vanessa.
No áudio divulgado pela imprensa, Vanessa detalha que esteve na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Campo Grande antes de ser morta, mas decidiu voltar para casa, onde o ex-noivo, Caio Nascimento, se encontrava. "A ausência de escolta nesse deslocamento levanta questionamentos sobre a eficácia da rede de proteção à mulher e o cumprimento das diretrizes de segurança", diz o comunicado.
Jornalista Vanessa Ricarte, 42 anos, foi assassinada a facadas pelo ex-noivo, horas após denunciá-lo à polícia. Crime aconteceu em Campo Grande - (Foto: Reprodução)
Para apurar esses fatos, uma equipe do Ministério das Mulheres viajará a Campo Grande ainda neste final de semana. O objetivo é dialogar com representantes da rede de atendimento e entender se houve falhas nos procedimentos adotados na Casa da Mulher Brasileira e na Deam.
"O órgão se solidariza com familiares, amigos e amigas de Vanessa e reafirma o compromisso de atuar pela prevenção e enfrentamento a todos os tipos de violência contra as mulheres, em especial o feminicídio, com investimentos em diversas políticas públicas focadas em informação e em atendimento. Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada", conclui o comunicado.
A investigação solicitada pelo Ministério das Mulheres poderá esclarecer se houve negligência ou falhas na atuação dos órgãos responsáveis e se medidas mais rigorosas precisam ser implementadas para garantir a segurança das vítimas.

