
Uma megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro deixou 18 mortos e 55 presos na manhã desta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital fluminense. A ação, batizada de Operação Contenção, tem como objetivo cumprir cerca de 100 mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), incluindo chefes da facção de outros estados.
Mais de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar participam da operação, que é considerada uma das maiores do ano no estado. O balanço parcial também aponta nove policiais baleados, um deles morto, além de três civis feridos — entre as vítimas, um homem em situação de rua e uma mulher atingida dentro de uma academia.
Barricada incendiada no Alemão (Foto: Reprodução)
Barricada incendiada em rua do Complexo do Alemão durante operação de forças de segurança na manhã desta terça-feira (28) — Foto: Reprodução
Segundo a polícia, traficantes reagiram com tiros, barricadas em chamas e bombas lançadas por drones, o que transformou parte das comunidades em um cenário de guerra. Ao todo, 25 fuzis, duas pistolas e nove motocicletas foram apreendidos.
Entre os presos está Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, um dos principais líderes do Comando Vermelho. De acordo com o Ministério Público do Rio (MPRJ), Doca comanda a facção no Complexo da Penha e em comunidades da Zona Oeste, como Gardênia Azul e César Maia.
O secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, afirmou que a operação foi planejada com antecedência e não contou com apoio do governo federal. “Lamentamos profundamente as pessoas feridas, mas essa é uma ação necessária, planejada e que vai continuar”, declarou.
A ação também afeta o cotidiano da população: 28 escolas fecharam no Complexo do Alemão e 17 na Penha, segundo a Secretaria Municipal de Educação. Linhas de ônibus foram desviadas, e unidades de saúde suspenderam atendimentos.
A Operação Contenção é parte de uma força-tarefa permanente do governo estadual contra o avanço do tráfico no Rio. As investigações, conduzidas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), duraram um ano e apontam a presença de traficantes de pelo menos cinco estados, incluindo Pará, Bahia e Espírito Santo.

