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BOA NOITE CINDERELA

Mãe e filha são presas na Capital por golpe 'Boa Noite, Cinderela' e operar laboratório de drogas

As suspeitas estavam escondidas em uma casa alugada no bairro Jardim Monumento desde 27 de julho

12 agosto 2024 - 11h05Iury de Oliveira e Rafael Barbosa
Delegado Jackson Vale
Delegado Jackson Vale - (Foto: Rafael Barbosa)
Terça da Carne

Mãe e filha, integrantes de um grupo criminoso especializado em aplicar o golpe "Boa Noite, Cinderela", foram presas pela Polícia Civil em Campo Grande. As suspeitas estavam escondidas em uma casa alugada no bairro Jardim Monumento desde 27 de julho e foram capturadas na última quinta-feira (8) durante a segunda fase da operação, que leva o mesmo nome do golpe. A ação só foi divulgada no domingo (11).

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De acordo com o delegado Jackson Vale, da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derf), as prisões ocorreram após a polícia receber uma denúncia anônima indicando o paradeiro das criminosas. "A denúncia nos levou até o local, onde encontramos as duas mulheres escondidas. A primeira suspeita foi presa ao sair da casa, e durante a abordagem, ela revelou que a mãe estava dentro do imóvel. Ao entrar na residência, os investigadores encontraram a segunda suspeita tentando se esconder, além de um verdadeiro 'laboratório' usado para manipulação de drogas", explicou o delegado.

No local, foram apreendidos mais de 2 kg de cocaína pura, amido de milho utilizado para aumentar o volume da droga, uma prensa, balanças de precisão, peneiras e bobinas adesivas. Segundo Jackson Vale, "a casa funcionava como um centro de recepção e manipulação da droga. A cocaína pura era misturada com amido, prensada e depois distribuída em tabletes, prontos para serem vendidos."

Além do envolvimento no tráfico de drogas, as mulheres são acusadas de praticar o golpe "Boa Noite, Cinderela". Conforme as investigações, elas faziam parte de uma associação criminosa que seduzia vítimas, principalmente homens de meia-idade, em festas e eventos. Após ganhar a confiança das vítimas, as criminosas ofereciam bebidas adulteradas, fazendo com que as pessoas perdessem a consciência. "Em estado de sono profundo, as vítimas tinham suas residências invadidas e seus pertences roubados. Além disso, as criminosas conseguiam acessar as senhas bancárias das vítimas, realizando transferências e compras em nome delas", detalhou o delegado.

Segundo a policia elas operavam um laboratório de drogasSegundo a polícia elas operavam um laboratório de drogas

Até o momento, três vítimas foram confirmadas, incluindo um caso em que o prejuízo chegou a R$ 25 mil. "Uma das vítimas teve o valor transferido para contas de outros integrantes da quadrilha, em uma operação que configura lavagem de dinheiro. Outros dois homens já haviam sido presos na primeira fase da operação, no mês passado, também por envolvimento nesse esquema", acrescentou Vale.

O delegado ainda destacou que as mulheres foram reconhecidas por todas as vítimas como as últimas pessoas vistas antes dos crimes ocorrerem. "Elas tinham um perfil bem definido de atuação, seduzindo homens de meia-idade com promessas de relacionamento íntimo. As vítimas, em estado de vulnerabilidade, eram dopadas e depois roubadas", explicou.

Durante o interrogatório, ambas as suspeitas optaram por permanecer em silêncio. A mãe, que já cumpriu dez anos de prisão por roubo e estava em liberdade condicional, foi identificada como a mentora do grupo. A filha também possui passagem por tráfico de drogas. Elas foram indiciadas por tráfico de drogas e manipulação de substâncias ilícitas, além dos crimes relacionados ao golpe "Boa Noite, Cinderela". "As duas já estão à disposição da Justiça e foram encaminhadas ao sistema prisional", concluiu o delegado Jackson Vale.

A operação segue em andamento, com a Polícia Civil trabalhando para identificar outras possíveis vítimas e desmantelar completamente a associação criminosa. "Esse tipo de golpe não é comum em Mato Grosso do Sul, mas é frequente em outras regiões do Brasil, como São Paulo. Acreditamos que, após a prisão desses membros, o grupo criminoso tenha ficado desarticulado, mas continuamos monitorando e investigando para garantir que não haja outras vítimas", finalizou o delegado.

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