Grupo Feitosa de Comunicação
(67) 99974-5440
(67) 3317-7890
27 de novembro de 2025 - 12h52
tjms
MUNDO

Incêndio em Hong Kong deixa 65 mortos e é o mais grave em quase 30 anos

Autoridades buscam desaparecidos enquanto investigam falhas em segurança de edifícios residenciais

27 novembro 2025 - 11h25Redação
Imagem de bombeiros em ação nos escombros do prédio, com fumaça e estruturas parcialmente destruídas.
Imagem de bombeiros em ação nos escombros do prédio, com fumaça e estruturas parcialmente destruídas. - (Foto: REPRODUÇÃO)

O incêndio que atingiu um conjunto habitacional no distrito de Tai Po, em Hong Kong, já é considerado o mais mortal da cidade desde 1996. Até esta quinta-feira (27), o número de mortos confirmados subiu para 65, entre eles um bombeiro. Outras 70 pessoas ficaram feridas, e mais de 900 foram resgatadas.

Canal WhatsApp

O fogo começou na quarta-feira (26) no complexo residencial Wang Fuk Court e se espalhou rapidamente por sete dos oito edifícios que compõem a área. As chamas foram contidas em quatro blocos, e estão sob controle em outros três, segundo o Corpo de Bombeiros local. O combate às chamas já dura mais de 24 horas.

Mesmo com a situação parcialmente controlada, o cenário segue preocupante. Cerca de 279 pessoas ainda estão desaparecidas. Não se sabe se estão entre os escombros ou se conseguiram buscar abrigo por conta própria. Bombeiros percorrem os apartamentos em ruínas com lanternas, enfrentando fumaça densa e calor extremo, em busca de sobreviventes.

"Não descartamos encontrar mais vítimas", declarou Wong Ka Wing, vice-diretor do Corpo de Bombeiros. Equipes avançam andar por andar, segundo ele, em uma corrida contra o tempo.

Entre os sobreviventes, o clima é de aflição. Lawrence Lee, abrigado em um centro temporário, contou que perdeu contato com a esposa no momento do incêndio. "Pedi a ela que saísse. Mas o corredor já estava tomado pela fumaça e ela precisou voltar para dentro", relatou.

Outros moradores também relataram momentos de pânico. "Vi faíscas no caminho enquanto fugíamos. Não consegui dormir a noite toda", disse Winter Chung, que deixou o prédio com a esposa.

As primeiras investigações apontam que o incêndio pode ter começado em andaimes de bambu e redes de proteção instalados durante reformas no prédio. A polícia também encontrou isopor — material altamente inflamável — nas janelas de cada andar, próximo aos elevadores.

Além disso, há suspeitas de que os materiais usados na fachada dos prédios não atendiam aos padrões mínimos de resistência ao fogo, o que teria facilitado a rápida propagação das chamas. Apenas uma das oito torres do complexo não foi afetada.

Três presos por suspeita de negligência - Diante das evidências, dois diretores e um engenheiro consultor foram presos por suspeita de homicídio culposo. Segundo a superintendente da Polícia de Hong Kong, Eileen Chung, há indícios claros de negligência por parte da construtora responsável pela obra.

A empresa investigada seria a Prestige Construction & Engineering Company, conforme apuração da Associated Press. Policiais cumpriram mandados de busca no escritório da companhia e apreenderam caixas com documentos. A construtora não se pronunciou até o momento.

Este é o incêndio mais fatal registrado em Hong Kong desde 1996, quando 41 pessoas morreram em um prédio comercial no distrito de Kowloon. O caso atual levanta questionamentos sobre fiscalização de obras e segurança predial em áreas densamente povoadas.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop