
Um homem de 38 anos foi preso em flagrante por tentativa de feminicídio contra a companheira na noite de domingo (14), no bairro Cidade Dutra, zona sul de São Paulo. O crime ocorreu dentro de um hotel da região. O nome do suspeito não foi divulgado pelas autoridades, o que impediu o contato com a defesa.
Segundo o boletim de ocorrência, o casal estava hospedado no local quando o agressor pegou uma faca e desferiu golpes contra a mulher, que conseguiu pedir socorro. A Polícia Militar foi acionada, mas o homem fugiu antes da chegada das equipes. A vítima foi atendida e encaminhada ao Hospital do Grajaú. Até o momento, não há informações oficiais sobre o estado de saúde dela.
Durante as buscas realizadas após o ataque, policiais civis localizaram o suspeito em uma praça nas proximidades. Ele foi detido e conduzido ao 101º Distrito Policial, no Jardim Imbuias, onde permaneceu preso, autuado por tentativa de feminicídio.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que foram solicitadas à Justiça medidas protetivas de urgência em favor da vítima, conforme previsto na legislação de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher.
O caso ocorre em um momento de alerta para a escalada da violência de gênero, especialmente na capital paulista, que vive um cenário preocupante nos indicadores oficiais.
A cidade de São Paulo já contabilizou, em apenas dez meses, o maior número de feminicídios desde 2015, ano em que o crime passou a ser tipificado em lei federal. De acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), entre janeiro e outubro deste ano foram registrados 53 casos.
O número supera todos os índices anuais da série histórica iniciada em 2015. Até então, o maior volume havia sido registrado em 2024, com 51 ocorrências ao longo de doze meses.
Além do aumento nos registros, autoridades e especialistas têm chamado atenção para a brutalidade dos casos recentes. Um dos episódios que causaram maior comoção envolve Taynara Santos, de 31 anos, que teve as pernas amputadas após ser atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro na Marginal Tietê, também na capital paulista.
Os dados reforçam a gravidade da violência contra a mulher e a necessidade de políticas públicas eficazes, além da importância da denúncia como instrumento de proteção e prevenção de novos crimes.
Se você sofre ou conhece alguém que sofre violência doméstica, denuncie. Ligue 180. A Central de Atendimento à Mulher funciona 24 horas por dia, de forma gratuita.

