
O haitiano Mardochée Borgelin, 35, foi brutalmente espancado por cerca de 10 pessoas e morreu na noite desta quarta-feira (8), em frente à vila de casas onde morava, no Bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande. Segundo a Polícia Civil, os agressores usaram barras de ferro, pedaços de madeira e pedras.

Dois suspeitos foram presos e identificados apenas como Pablo e Sidney. Ambos negaram participação no crime, mas testemunhas os reconheceram como parte do grupo. Outros envolvidos seguem foragidos.
Um dia de transtornos e violência - Testemunhas relataram que Borgelin passou o dia em estado de transtorno, demonstrando agressividade. Durante a manhã, ele causou confusão no Ceasa (Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), sendo retirado do local pelos seguranças.
Na parte da tarde, o haitiano teria se envolvido em uma briga com clientes de um bar na esquina do Ceasa, sendo agredido por alguns homens. A Polícia Militar foi acionada, mas Borgelin não soube identificar os agressores e não quis registrar queixa. Os policiais o orientaram a evitar novos conflitos e deixaram o local.
Cerca de 30 minutos depois, um grupo de 6 a 10 homens invadiu a vila de casas onde ele morava e o atacou violentamente. A polícia foi novamente chamada, mas, ao retornar, encontrou Borgelin já sem vida, com fraturas graves na cabeça e afundamento do rosto.
Investigações e depoimentos - O crime chocou os moradores da região. Um idoso de 69 anos, que testemunhou grande parte do ataque, descreveu a cena como algo que nunca havia presenciado no bairro: “Entraram e começaram a bater. Foi uma cena que nunca vi acontecer por aqui”.
O aposentado contou que Borgelin vivia na vila há três meses e, nos últimos dias, costumava ficar na frente de casa, fumando e discutindo com os vizinhos. No dia do crime, ele aparentava estar sob o efeito de álcool, arremessando garrafas e provocando conflitos.
Apesar de seu comportamento considerado “marrento”, segundo os relatos, ninguém soube informar o motivo exato do ataque.
Prisões e busca por outros suspeitos - Os dois homens presos foram encontrados na região com sangue nas roupas. Apesar disso, eles negaram envolvimento, mas foram identificados por testemunhas como participantes da agressão.
A Polícia Civil de Campo Grande segue investigando o caso e busca identificar os outros integrantes do grupo. A motivação do crime ainda não foi esclarecida.
