
Na noite de quinta-feira, 22 de maio, uma mulher de 28 anos foi atacada pelo ex-marido em sua casa, no bairro Jardim Los Angeles, em Campo Grande (MS). O agressor, de 25 anos, tinha fugido da cadeia no domingo, 19 de maio. Mesmo com uma medida protetiva que o impedia de se aproximar, ele conseguiu chegar até a vítima e agredi-la com uma faca.

Segundo a polícia, o homem deu socos, chutes e usou a faca para ferir o pescoço da mulher e cortar parte do seu cabelo. Ela também teve um ferimento no punho. Durante o ataque, ele repetia que iria matá-la.
Fugiu da prisão e atacou - O homem era preso no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, em Campo Grande, um presídio do tipo semiaberto. Lá, os detentos podem sair durante o dia para trabalhar e voltam à noite. Foi nesse sistema que ele conseguiu fugir.
Cinco dias depois, foi até a casa da ex-companheira e cometeu o crime. A vítima já tinha pedido proteção à Justiça, mas isso não impediu a agressão.
Tentou fugir de novo - Quando viu a polícia chegar, o agressor tentou escapar pulando o muro de uma casa vizinha. Ele se cortou na cerca e se feriu no rosto, no peito, na perna e no braço. Mesmo assim, foi preso pelos policiais e levado algemado. A faca usada no crime foi apreendida.
O caso foi registrado na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher como lesão corporal dolosa (quando há intenção), ameaça e descumprimento de medida protetiva.
Violência contra mulheres segue alta - Somente neste ano, 27 mulheres já foram vítimas de tentativa de feminicídio em Mato Grosso do Sul. Oito desses casos aconteceram só no mês de maio, segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Mesmo com medidas protetivas, muitas mulheres continuam sendo atacadas. Faltam ações mais fortes para impedir que agressores se aproximem. A medida por si só não protege: precisa ser acompanhada de fiscalização, tornozeleiras eletrônicas e apoio rápido da polícia.
O caso mostra que o sistema ainda falha em proteger as vítimas. Uma pessoa que deveria estar presa conseguiu fugir, encontrar a ex e quase tirar sua vida. Isso mostra que o perigo continua mesmo após uma denúncia.
