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GOLPE DIGITAL

Fraudes digitais avançam e afetam quatro em cada 10 brasileiros, aponta relatório

Levantamento da TransUnion mostra que golpes por e-mail, telefone e mensagens continuam em alta e causam prejuízo médio de R$ 6,3 mil no país

21 junho 2025 - 09h25
Golpistas têm usado ligações e mensagens para enganar vítimas e roubar dados pessoais
Golpistas têm usado ligações e mensagens para enganar vítimas e roubar dados pessoais - (Foto: ABrasil)

Quatro em cada dez brasileiros já foram alvo de algum tipo de golpe digital, segundo o novo levantamento semestral da empresa TransUnion, divulgado no relatório global de tendências de fraudes. Os crimes incluem ataques por telefone, e-mail, sites e mensagens de texto, e 10% dos entrevistados no Brasil afirmaram ter perdido dinheiro nesses golpes.

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No país, o prejuízo médio relatado foi de R$ 6.311. Entre os golpes mais comuns está o vishing, tipo de fraude que envolve ligações falsas nas quais os criminosos fingem ser representantes de empresas conhecidas, como bancos ou operadoras de celular, para obter dados pessoais e bancários das vítimas.

O relatório analisou dados de mais de 13 mil pessoas em 18 países e regiões. Globalmente, 53% dos entrevistados disseram ter sido alvo de tentativas de golpe entre agosto e dezembro de 2024. No entanto, quase metade (47%) nem percebeu que havia sido vítima.

Entre os que sofreram perdas financeiras no mundo, a média de prejuízo foi de US$ 1.747 (cerca de R$ 10.683). Os jovens da Geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) foram os mais afetados, com 38% relatando prejuízos, enquanto apenas 11% dos entrevistados da geração dos Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964) disseram ter perdido dinheiro.

Brasil está entre os países com maior taxa de suspeitas de fraudes - Em 2024, o índice médio de fraudes digitais no Brasil foi de 5,4%, ficando acima da média global e no mesmo patamar de países como Canadá, Colômbia, Hong Kong, Índia e Filipinas. Considerando apenas transações feitas dentro do país, a taxa sobe para 6,1%, a sexta mais alta entre os quase 20 mercados analisados.

Entre os tipos de fraudes que mais cresceram no ano estão os ataques de invasão de contas, que aumentaram 20% em relação a 2023. Segundo especialistas da TransUnion, os criminosos têm mudado o foco para esse tipo de ação, já que os sistemas de proteção em transações financeiras estão mais avançados.

O estudo mostrou ainda que a preocupação com segurança tem afetado diretamente o comportamento de compra na internet. No Brasil, 40% dos consumidores desistiram de comprar ou contratar um serviço online por desconfiança com a proteção de dados ou por excesso de informações solicitadas.

Em todo o mundo, 62% das pessoas afirmaram que a principal razão para não voltar a usar um site foi o medo de fraude, e 48% disseram já ter abandonado um carrinho de compras online por causa de suspeitas sobre a segurança. Entre os que tentaram contratar serviços financeiros ou seguros pela internet, 51% desistiram por problemas com segurança ou dificuldade na jornada de compra.

Plataformas de relacionamento, fóruns e comunidades online foram os ambientes com maior índice de tentativas de fraude no mundo, com uma taxa de quase 12%. No Brasil, esse número foi ainda maior: 15,2%. Em seguida vêm os jogos eletrônicos (11%), apostas online e pôquer (8%) e o varejo (8%).

De acordo com os especialistas, os criminosos se aproveitam da confiança gerada em redes sociais e aplicativos de namoro para manipular vítimas. “Eles criam perfis falsos e simulam um relacionamento verdadeiro para ganhar a confiança das pessoas e, depois, pedem dinheiro ou dados confidenciais com desculpas emocionais”, explicou um dos analistas da TransUnion.

Confiança e segurança fazem diferença - A pesquisa também revela que a proteção dos dados se tornou fator decisivo para o consumidor. Para 77% dos entrevistados, a confiança na segurança dos dados pessoais é essencial na hora de escolher uma empresa ou plataforma digital. E 59% afirmaram que mudariam de empresa caso encontrassem uma experiência digital mais segura.

Especialistas alertam que os golpes estão cada vez mais sofisticados e exigem respostas à altura. "Proteger os dados dos consumidores virou uma questão estratégica para as empresas. Isso não só evita prejuízos financeiros como também ajuda a manter a confiança e a reputação no mercado", afirma a TransUnion.

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