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JUSTIÇA

Ex-servidores e empresários são condenados por fraude em compras para Hospital Regional de MS

Fraude causou prejuízo de R$ 1,8 milhão aos cofres públicos estaduais; condenação envolve desvio de recursos da saúde pública

23 julho 2025 - 10h10Carlos Guilherme
Ex-servidores e empresários são condenados por fraude em compras hospitalares, causando prejuízo de R$ 1,8 milhão ao HRMS.
Ex-servidores e empresários são condenados por fraude em compras hospitalares, causando prejuízo de R$ 1,8 milhão ao HRMS. - (Foto: Arquivo)

A Justiça de Campo Grande condenou ex-servidores públicos e empresários por atos de improbidade administrativa que causaram um prejuízo de R$ 1,8 milhão ao Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS). A sentença, proferida em julho pela 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, resultou de uma investigação que revelou fraude em compras de insumos hospitalares.

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Entre 2015 e 2017, servidores do hospital, em conluio com empresários e uma empresa fornecedora, simularam compras de grandes quantidades de produtos, como kits de Metotrexato e caixas de tubos Falcon, em valores muito superiores ao consumo real. A maior parte desses itens nunca foi entregue. As compras foram realizadas com notas fiscais falsas, e os pagamentos, embora não correspondentes à entrega, foram autorizados.

O esquema foi possível graças à falta de fiscalização e à emissão de notas fiscais fraudulentas, mesmo após alertas internos sobre os exageros nas aquisições. Em um dos momentos mais críticos, parte do valor, cerca de R$ 912 mil, foi devolvida em espécie aos servidores, configurando desvio de verba pública destinada à saúde.

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) demonstrou que os réus agiram de forma coordenada para fraudar os processos de compra e desviar recursos públicos. Além da fraude em si, a sentença destacou que as vantagens ilícitas foram obtidas às custas da população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS), o que tornou os atos ainda mais graves.

A sentença resultou em diversas sanções:

Perda das funções públicas dos ex-servidores envolvidos;

Multas civis superiores a R$ 900 mil, que serão destinadas a fundos estaduais de interesse público;

Proibição de contratar com o poder público por 8 anos para a empresa fornecedora e seus sócios.

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