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26 de dezembro de 2025 - 14h38
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JUSTIÇA

Ex-diretor da PRF é preso no Paraguai ao tentar embarcar para El Salvador

Condenado pelo STF por participação na trama golpista de 2022, Silvinei Vasques foi detido em aeroporto após romper tornozeleira

26 dezembro 2025 - 12h55
Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, foi preso no Paraguai após descumprir medidas impostas pelo STF.
Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, foi preso no Paraguai após descumprir medidas impostas pelo STF. - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi detido na madrugada desta sexta-feira (26) no Paraguai, ao tentar embarcar em um voo com destino a El Salvador. A prisão ocorreu em um aeroporto do país vizinho e envolve o descumprimento de medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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Vasques foi condenado pelo STF a 24 anos e seis meses de prisão por participação na trama golpista que buscou manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral de 2022. Segundo a acusação, ele integrou um grupo que utilizou estruturas do Estado para interferir no processo democrático.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-diretor da PRF atuou diretamente na coordenação de ações policiais voltadas a dificultar o deslocamento de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais, realizado em 30 de outubro de 2022. A estratégia teria incluído a realização de blitzes em rodovias, especialmente em regiões onde Lula teve maior votação no primeiro turno.

A PGR também aponta que Vasques participou de uma reunião em 19 de outubro de 2022, na qual foi debatido o uso das operações da PRF com viés político. Nesse encontro, segundo a acusação, ele teria afirmado que “havia chegado a hora de a PRF tomar lado na disputa”, frase usada como um dos elementos centrais da denúncia.

O ex-diretor da PRF foi julgado no chamado Núcleo 2 da ação penal que investiga a tentativa de golpe. Durante a sessão da Primeira Turma do STF, realizada no último dia 9, a defesa sustentou que Vasques não ordenou ações para impedir o deslocamento de eleitores de Lula e negou qualquer interferência no processo eleitoral.

Preso preventivamente em agosto de 2023, Vasques permaneceu detido por cerca de um ano. Em seguida, o ministro Alexandre de Moraes concedeu liberdade provisória, condicionada ao cumprimento de medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica e o cancelamento do passaporte.

Segundo informação divulgada pela jornalista Andréia Sadi, em reportagem publicada no site G1, Vasques teria deixado o Brasil sem autorização judicial após romper a tornozeleira eletrônica determinada pelo STF. Ainda conforme a reportagem, no momento da abordagem pelas autoridades paraguaias, ele portava um passaporte paraguaio original com dados pessoais falsos.

A Polícia Federal foi procurada, mas não comentou oficialmente as informações divulgadas pelo G1. A reportagem da Agência Brasil informou que não conseguiu contato com os advogados de Silvinei Vasques até o momento e que a notícia será atualizada assim que houver manifestação da defesa ou novos detalhes sobre a prisão.

O caso reforça o desdobramento internacional das investigações sobre a tentativa de ruptura institucional no Brasil após as eleições de 2022 e deve provocar novos encaminhamentos judiciais a partir da atuação conjunta entre autoridades brasileiras e paraguaias.

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