
O governo dos Estados Unidos deve oficializar nesta segunda-feira (24) a inclusão do Cartel de los Soles, ligado ao regime venezuelano de Nicolás Maduro, na lista de organizações terroristas estrangeiras.
A decisão é mais um passo na ofensiva de Washington contra o governo de Caracas, acusado de abrigar esquemas de narcotráfico e corrupção entre militares e altos funcionários.
Nos bastidores, o Departamento de Estado trata a classificação como estratégica para autorizar sanções mais rígidas e justificar ações militares, caso o conflito avance.
Quem são os “Soles” - O termo “Cartel de los Soles” é usado desde os anos 1990 para identificar oficiais militares da Venezuela envolvidos com o tráfico de drogas. O nome faz referência aos sóis dourados nos uniformes dos generais. Ao longo dos anos, o rótulo passou a abranger também civis ligados ao contrabando e à mineração ilegal.
Embora o governo americano trate o grupo como rede criminosa organizada, especialistas consideram que se trata de uma estrutura informal, alimentada por corrupção sistêmica e impunidade estatal.
O presidente Nicolás Maduro nega a existência do cartel e classificou a acusação como “absurda”. Em nota, afirmou que os EUA tentam fabricar um pretexto para uma intervenção armada no país.
A tensão aumenta com a movimentação de forças dos EUA no Caribe. Navios de guerra, caças e o maior porta-aviões do mundo foram deslocados para a região. Em Washington, o discurso do governo Trump endureceu, mas não confirma se haverá ataque direto.
Desde o início da operação antidrogas, os EUA já interceptaram embarcações suspeitas e confirmaram mais de 80 mortes.

