Um escritório de advocacia na avenida Carmindo de Campos, em Cuiabá (MT), amanheceu metralhado nesta quinta-feira (23) . O prédio, atingido por seis tiros, é de propriedade do advogado Izonildes Pio da Silva, que suspeita estar sendo alvo de ameaças. Com auxílio da seccional mato-grossense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o advogado conseguiu ontem proteção para os próximos dias fornecida pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública. O caso também começou a ser investigado.
Por volta das 7h da manhã de ontem, a secretária do escritório chegou ao local de trabalho e se deparou com os danos no vidro da fachada na altura do térreo (o prédio tem outros dois pavimentos), onde fica a recepção. Dos seis projéteis, cinco atingiram o interior da recepção (três numa parede e outros dois no balcão).
Segundo um morador vizinho do escritório, foram ouvidos barulhos de tiros por volta das 23h do dia anterior. Nesse horário, já não havia ninguém dentro do escritório, mas Pio acredita que era o alvo. “Eu tenho de mil a dois mil clientes e todos sabem que eu costumo trabalhar até tarde”, explica, cogitando que o plano de quem efetuou os disparos era pegá-lo saindo do escritório, uma vez que seu local de trabalho fica mesmo no primeiro piso (onde a fachada não levou tiro algum). Entretanto, anteontem ele deixou o escritório um pouco mais cedo, por volta das 21h.
Também há a possibilidade de que os tiros signifiquem um recado, uma ameaça ao advogado. Ele suspeita de duas pessoas para as quais já forneceu assessoria jurídica. Esses dois nomes foram alvos de mandados de prisão judicial.
Esses nomes devem ser checados pela polícia, mas não consistem nas únicas linhas de investigação que serão adotadas, segundo o delegado Hamilton César Vieira de Camargo, responsável por apurar o caso. A primeira providência para as investigações já foi tomada: uma perícia técnica foi realizada no início da tarde de ontem no escritório metralhado, mas ainda não resultou em laudo. O delegado inclusive afirma que não é ainda possível dizer que tipo de arma foi utilizado.
Já o advogado afirma que não mudará o escritório de lugar, mas conseguiu, ainda na tarde de ontem, proteção do Estado. A proteção foi obtida com intervenção da OAB. O vice-presidente em Mato Grosso, Maurício Aude, afirmou que as ameaças “atentam não somente contra a liberdade profissional, mas também, em sentido amplo, contra a sociedade, que é assistida pelos advogados".
Diário de Cuiabá.
