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NACIONAL

Preso com 103 kg de ouro, empresário alega que buscava sustento no setor de mineração

Defesa afirma que Bruno Mendes de Jesus, detido pela PRF, estava desempregado e atuava no garimpo como forma de sobrevivência

6 agosto 2025 - 09h25Caio Possati
Empresário preso com 103 kg de ouro em Roraima diz que buscava alternativa de renda na mineração
Empresário preso com 103 kg de ouro em Roraima diz que buscava alternativa de renda na mineração - Foto: PRF/Divulgação

Bruno Mendes de Jesus, empresário de Porto Velho (RO), foi preso na segunda-feira (4), em Boa Vista (RR), com 103 quilos de ouro escondidos em um carro. Avaliada em R$ 62 milhões, a carga representa a maior apreensão já realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Brasil. A defesa de Bruno afirma que ele atuava no setor de mineração em busca de sustento após ficar desempregado.

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A abordagem aconteceu no início da tarde, em uma rodovia da capital roraimense. A Polícia Federal apura se o ouro tem origem em garimpo ilegal e se seria enviado para Venezuela ou Guiana, países vizinhos a Roraima.

Bruno foi conduzido à sede da Polícia Federal e passou por audiência de custódia nesta terça-feira (5). A Justiça converteu a prisão em preventiva. A defesa informa que trabalha para garantir um habeas corpus que permita ao acusado responder ao processo em liberdade.

Advogado afirma que garimpo era meio de sobrevivência - O advogado Smiller Carvalho, que representa Bruno, afirmou em nota que o cliente, assim como milhares de brasileiros, atua no setor mineral, mesmo diante de uma realidade regulatória complexa. Segundo ele, o garimpo, quando regularizado, deve ser compreendido como atividade de subsistência.

“Trata-se de trabalhador que, como milhares de brasileiros, atua em atividades relacionadas ao setor mineral, que embora possam se desenvolver em áreas de tensão regulatória, são, para muitos, meio de subsistência e única alternativa de sobrevivência”, declarou.

Ainda segundo o advogado, Bruno enfrentava dificuldades financeiras e não teria condições de arcar com o valor da carga que transportava. “Ele não tem nem condição de comprar um quilo (de todo o ouro apreendido)”, disse.

As autoridades investigam a origem do ouro e os possíveis destinos da carga. A suspeita principal é de que o material seja fruto de garimpo ilegal e estivesse sendo transportado para países vizinhos. O valor estimado da carga, R$ 62 milhões, levanta a possibilidade de uma rede estruturada de mineração ilegal na região.

A defesa reforça que a ausência de documentação legal sobre o minério é o que caracteriza a ilegalidade da atividade, e não sua prática em si.

“Não se pode ignorar que o garimpo, ainda que careça de regularização em diversos casos, é responsável pela sobrevivência de milhares de famílias em regiões afastadas e desassistidas pelo Estado”, acrescentou o advogado.

Carvalho destacou ainda que a prisão de Bruno é reflexo da falta de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento social e econômico de regiões dependentes do garimpo. Para ele, muitos recorrem à atividade como única forma de sustento.

“A defesa reafirma o seu compromisso com a luta pela dignidade de trabalhadores que buscam, no garimpo, uma alternativa de sobrevivência diante da ausência de políticas de desenvolvimento social e econômico eficazes”, finalizou.

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