
Em julgamento por videoconferência nesta quarta-feira (26), o empresário acusado pela morte do gari Laudemir de Souza Fernandes negou que tenha confessado o crime em interrogatório à polícia. Ele reafirmou que estava armado naquele dia por ter sofrido ameaças de um ex-sócio, mas sustentou não ter disparado o tiro que vitimou o trabalhador.
O homicídio ocorreu em 12 de agosto, no bairro Vista Alegre, região oeste de Belo Horizonte, quando o gari estava em serviço no caminhão de coleta de lixo. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), o acusado teria atirado após discussão de trânsito ele estaria irritado com a lentidão provocada pelo caminhão. Foram ouvidas oito testemunhas no primeiro dia, incluindo a motorista do caminhão e colegas de trabalho da vítima. No segundo, depuseram policiais e o próprio réu.
Apesar de a polícia afirmar que ele confessou o crime em 18 de agosto, o réu declarou em juízo não haver, em seu depoimento, nenhuma admissão de ter atirado: "Eu não atirei em ninguém". Ele argumenta que, embora estivesse parado no trânsito por cerca de 30 minutos naquele dia, jamais se envolveu em briga ou passou a arma em direção a outra pessoa.
A acusação aponta ainda que a pistola usada era particular pertencente à esposa, servidora da Polícia Civil e que foi carregada no carro do acusado, saindo de casa no bairro Vila da Serra com destino a Betim. Após o disparo, ele fugiu do local e foi preso horas depois em uma academia.
Atualmente ele responde por homicídio qualificado por motivo fútil, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e perigo comum, além de ameaça e fraude processual. O caso segue sendo apurado no Tribunal do Júri e será decidido com base nos depoimentos, provas técnicas e versão final da defesa e acusação.

