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ACUSAÇÕES DE AMEAÇA

Deputado Delegado Da Cunha é acusado de ameaçar colega delegado após postagem sobre CPI

Deputado afirma que mensagem enviada ao delegado Cristiano Macedo Engel foi de sua assessoria de redes sociais; denúncia será levada à Corregedoria da Câmara.

15 agosto 2025 - 14h05Fausto Macedo
Delegado Da Cunha é acusado de ameaçar colega delegado após post sobre CPI da Pedofilia; deputado alega erro de sua assessoria de redes sociais.
Delegado Da Cunha é acusado de ameaçar colega delegado após post sobre CPI da Pedofilia; deputado alega erro de sua assessoria de redes sociais. - Foto: Reprodução

O deputado federal Delegado Da Cunha (PP-SP) está sendo acusado de ameaçar o delegado Cristiano Macedo Engel, colega da Polícia Civil de São Paulo, após o delegado repostar em suas redes sociais uma imagem que mencionava os parlamentares que não assinaram a CPI da Exploração Infantil em Marajó, no Pará. Da Cunha estava entre os deputados citados na publicação.

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A postagem de Cristiano, que é delegado nas cidades de Iepê e Sandovalina, na região de Presidente Prudente, gerou uma reação de Da Cunha. O deputado enviou uma mensagem ao delegado, questionando sobre a postagem e mencionando a quantidade de ofensas que estava recebendo nas redes sociais. "Porque você está postando mentiras sobre mim? Tem ideia da quantidade de pessoas que estão me chamando de pedófilo por sua causa? Você quer um inimigo pra vida toda porque não assinei uma CPI ano passado, é isso?", teria escrito Da Cunha, segundo Cristiano.

Em entrevista ao Estadão, o deputado atribuiu a mensagem a sua assessoria de redes sociais, e não a ele diretamente. No entanto, ele pediu desculpas pela situação e afirmou que "vai apagar e pedir desculpas", ainda na quinta-feira, 14. Cristiano, por sua vez, afirmou que a mensagem foi uma ameaça. "Ele disse que era bom eu não tê-lo como inimigo. Eu fiquei surpreso e vou representar na Corregedoria da Câmara dos Deputados", afirmou.

Cristiano também comentou sobre a postura do parlamentar, sugerindo que Da Cunha usava a intimidação para resolver questões, e lembrou que o deputado já tinha sido acusado de agressão a mulher, mas conseguiu evitar a cassação.

A versão do deputado

A chefia de gabinete de Da Cunha emitiu uma nota explicando que, no dia 7 de março de 2024, o deputado solicitou a inclusão de sua assinatura na CPI da Pedofilia de Marajó, desmentindo a ideia de que estivesse contra a iniciativa. A nota também esclarece que a mensagem enviada ao delegado foi escrita por um membro da assessoria do deputado e não reflete sua forma de agir. "As redes sociais do delegado Da Cunha recebem centenas de mensagens diariamente e parte de sua equipe é destacada para respondê-las", informou a assessoria. O parlamentar afirmou que orientará sua equipe para melhorar a comunicação digital.

Da Cunha também afirmou ao Estadão: "Não fui eu quem escreveu (a mensagem para o delegado). Foi alguém da minha assessoria de redes sociais. O delegado Cristiano é um delegado sério. Temos que ser amigos por uma Polícia Civil forte e unida. Errar já errei na minha vida, mas não pretendo errar mais. A gente amadurece."

O deputado reiterou que protocolou o requerimento para incluir seu nome na lista de assinaturas pela CPI e reforçou que esclareceu o mal-entendido com o delegado Cristiano.

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