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Polícia

De presídio em Campo Grande, Beira-Mar teria ordenado invasão ao Morro do Juramento no RJ

3 setembro 2009 - 08h02

Nesta quarta-feira (2), três bandidos morreram em uma operação da PM em favelas de Madureira e Vicente de Carvalho que tinha como objetivo capturar marginais envolvidos nos confrontos do Juramento. Foram apreendidos três fuzis, uma metralhadora, uma espingarda e duas pistolas. Um outro bandido ficou ferido.

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Segundo reportagem do Jornal do Brasil, informações de agentes da Delegacia de Combate às Drogas revelaram que, todas as ações desencadeadas pela facção Comando Vermelho (CV), só ocorrem após passarem por Beira-Mar que, por ainda ser um grande fornecedor de drogas para o grupo, tem o status de “presidente” da facção.

De acordo com os agentes, até abril, Beira-Mar estava incomunicável no presídio. A partir dali, passou a ter direito a visitas íntimas de mulheres passaram a transmitir informações aos seus aliados fora da cadeia, entre eles Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, que comanda o Complexo do Alemão de dentro do presídio de Catanduvas (PR).

No caso do Juramento, o CV dominava o morro até maio quando o perdeu para a “Amigos dos Amigos” (ADA). A facção decidiu recuperar o morro, e o chefe do grupo, Marcinho VP teria consultado Beira-Mar.

No sábado, traficantes da Vila Cruzeiro, na Penha (Zona Norte) invadiram o Juramento e tomaram parte das bocas-de-fumo da comunidade.

Outras quatro ainda pertencem aos rivais do Terceiro Comando Puro (TCP) em um consórcio formado pelas favelas de Acari, Rebu, Serrinha e Parada de Lucas. A polícia acredita que o CV não conseguirá se manter por muito tempo no Juramento.

O morro tem significado histórico para a facção já que foi liderado por José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha, que comandou o tráfico nos anos 80 e protagonizou fugas cinematográficas da prisão. Foi morto em 2004.

Segundo a polícia, pelo acordo entre Beira-Mar e Marcinho VP, o CV planeja invadir este ano ainda os morros do Urubu, em Pilares (Zona Norte) e da Mineira, no Catumbi (Zona Central), ambos dominados pela ADA.

Pelas regras da facção, bandidos que ocupavam favelas perdidas para grupos rivais, milícias e os que fugiram de comunidades pacificadas como a Cidade de Deus e o Dona Marta são obrigados a participar destas invasões.

Refúgio
Os refugiados do CV hoje ocupam os complexos da Penha e do Alemão, aguardando as ordens dos chefões para agir.

De acordo com investigadores da Dcod, no Alemão também estariam escondidos hoje o homem-forte da quadrilha de Beira-Mar, o traficante Marcelo da Silva Leandro, o Marcelinho Niterói, além de outro pupilo do chefão, conhecido pela alcunha de Playboy.

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