
Em uma demonstração de coragem e desespero, uma mãe em Água Clara, a 150 km de Campo Grande, recorreu ao filho de apenas 10 anos para escapar de uma situação de violência doméstica e cárcere privado. A mulher, cujo nome é mantido em sigilo para sua proteção, escreveu uma carta de socorro e pediu ao filho que a entregasse à diretora de sua escola.

"Bom dia, é a mãe do ***, estou entrando em contato com vocês porque preciso muito de ajuda. Sou vítima de violência doméstica. Ontem o meu companheiro me agrediu novamente, meu filho entrou na frente pedindo para ele não me bater e ele bateu no meu filho também", escreveu a mulher na carta.
Assim que a direção da escola recebeu o pedido de ajuda, a polícia foi acionada e as diligências do caso iniciaram. Com o apoio do Conselho Tutelar e da Coordenadoria da Mulher, a polícia se dirigiu à área rural de Água Clara, onde encontrou a mulher em situação de cárcere privado e com sinais evidentes de violência doméstica.
Na carta, a vítima alegava viver sob constantes ameaças. "Ele me ameaçou de dar um tiro por isso preciso que me ajudem o mais rápido possível", relatou na carta.
Na fazenda, a Polícia Civil prendeu o suspeito em flagrante pelo crime de cárcere privado e posse e porte irregular de arma de fogo de uso permitido. Com o homem, foram apreendidas uma espingarda e munições. O caso chocou a comunidade local e reacendeu o debate sobre a violência doméstica e a importância de mecanismos de denúncia e proteção às vítimas.
