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NACIONAL

Condenado pela morte do casal Richthofen, Cristian Cravinhos passa a cumprir pena em liberdade

Ele cumpria pena no regime semi-aberto na Penitenciária de Tremembé, no interior de SP, e foi solto nesta quarta, 5, após decisão judicial. Ministério Público é contra e diz que vai entrar com recurso

6 março 2025 - 11h05José Maria Tomazela
Cristian Cravinhos, um dos três condenados pelo assassinato dos pais de Suzanne von Richthofen
Cristian Cravinhos, um dos três condenados pelo assassinato dos pais de Suzanne von Richthofen - Foto: Polícia Civil/Divulgação

Condenado a 38 anos pela morte do casal Richthofen, Cristian Cravinhos foi solto na noite desta quarta-feira, 5, para cumprir o restante da pena em liberdade. Cristian é irmão de Daniel, ex-namorado de Suzane, que também foram condenados pelo assassinato. Agora, os três sentenciados pelo crime que chocou o País em 2002 estão em liberdade.

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Suzane von Richthofen e os irmãos Cravinhos foram submetidos a júri popular em 2006. Cristian foi condenado a 38 anos e seis meses em regime fechado. Suzane pegou 39 anos, depois a pena foi reduzida para 34 anos e 4 meses e está em liberdade desde janeiro de 2023. Daniel Cravinhos foi condenado a 39 anos e seis meses de prisão em regime fechado, mas também cumpre em liberdade o restante da pena.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) não concordou com a decisão e disse que entrará com recurso. A defesa de Cravinhos alega que a decisão foi pautada "única e exclusivamente na lei".

Em 2002, Suzane Richthofen, seu então namorado Daniel Cravinhos e o irmão dele, Cristian, planejaram e executaram a morte dos pais de Suzane, que eram contra o namoro dela

Cristian cumpria pena no regime semiaberto, na Penitenciária de Tremembé, no interior do Estado. O local é conhecido como "o presídio dos famosos". A juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté, considerou que o detento cumpriu o tempo de privação de liberdade para obter a progressão para o regime aberto. O chamado lapso temporal aconteceu em 17 de abril do ano passado.

A magistrada destacou ainda o bom comportamento do detento na cadeia e a avaliação psicológica favorável a ele. O Ministério Público de São Paulo se opôs à soltura do condenado, alegando, entre outras razões, que os exames relataram "traços disfuncionais de personalidade" e dificuldade de adaptação a novos contextos sociais.

A juíza entendeu que as objeções do MP não eram suficientes para impedir a progressão para o novo regime. Na decisão, foram estabelecidos os requisitos que devem ser cumpridos durante o cumprimento da pena em liberdade. Ele deverá comparecer a cada três meses à Vara de Execuções Criminais, deve comprovar ter obtido ocupação lícita e não pode mudar de cidade ou de residência sem prévia autorização da Justiça.

Ele deve se recolher em casa entre 22h e 6h, não podendo frequentar bares, casas de jogo e outros locais incompatíveis com o regime aberto. Caso descumpra qualquer uma dessas regras, Cravinhos perde o direito ao benefício e volta a cumprir pena na prisão.

Histórico da progressão do regime - Em agosto de 2017, Cristian já havia obtido a progressão para o regime aberto, mas descumpriu as regras e acabou voltando para a prisão com regressão para o regime fechado. Em maio de 2018, ao atender a uma ocorrência de briga de casal, em Sorocaba (SP), policiais militares flagraram Cravinhos com uma munição de calibre 9 mm. Ele teria tentado subornar os policiais para não ser preso.

Em 2020, a Justiça o absolveu do crime de porte ilegal de munição, mas o condenou pelo suborno e por ter violado as restrições do regime prisional. Cravinhos pegou mais 4 anos de prisão.

Em nota, a defesa de Cravinhos informou que o detento "preencheu todos os requisitos objetivos e condições subjetivas exigidos pela Lei de Execução Penal para progredir ao regime aberto" e destacou que "a decisão foi pautada única e exclusivamente na lei". A defesa afirma ainda que ele continuará cumprindo as regras e determinações estabelecidas pela justiça.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Na época do crime, o irmão de Cristian, Daniel Cravinhos, era namorado de Suzane. O trio planejou o assassinato de Manfred e Marísia Richthofen na casa da família, na zona sul de São Paulo. Os pais de Suzane eram contra o namoro da filha com Daniel.

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