Dois homens foram condenados pela Justiça de Paranaíba (MS) por lavagem de dinheiro, após uma investigação conduzida pela Polícia Civil, que revelou um esquema sofisticado para dar aparência legal ao dinheiro do tráfico de drogas.
A apuração teve início em 2024 com a Operação Sansão, deflagrada após a prisão em flagrante de um dos envolvidos por tráfico. O que chamou a atenção dos investigadores foi a rápida evolução patrimonial do suspeito, que motivou o aprofundamento das diligências com apoio técnico do Laboratório de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil (LAB-LD).
Durante a investigação, outro homem foi identificado com movimentações financeiras suspeitas. Juntos, os dois usavam diversas táticas para tentar ocultar o dinheiro ilegal: transferências via PIX com valores idênticos, movimentação entre contas pessoais e jurídicas, e até uso de laranjas (os chamados money mules).
As evidências reunidas incluíram análise de milhares de transações bancárias com auxílio de inteligência artificial, além de quebras de sigilo e cruzamento de dados financeiros. O inquérito concluiu que os envolvidos tentavam mascarar a origem dos recursos, fruto do tráfico.
A sentença foi proferida em 2025 pela Vara Criminal de Paranaíba. Um dos réus foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão, enquanto o outro recebeu pena de 9 anos e 10 meses, ambos por lavagem de capitais.
O juiz destacou que os condenados atuavam em várias etapas da lavagem — da colocação à integração do dinheiro na economia formal. A decisão também apontou o uso de estratégias como fracionamento de valores (smurfing) e movimentações padronizadas para dificultar a detecção.
