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08 de outubro de 2025 - 15h26
SEGURANÇA PÚBLICA

CNI e governo se unem contra falsificação de bebidas no Brasil

Entidade integra grupo criado por Lewandowski para combater adulterações após mortes por metanol

8 outubro 2025 - 12h55Mateus Maia
Operações policiais miram fábricas clandestinas após mortes por ingestão de bebidas com metanol
Operações policiais miram fábricas clandestinas após mortes por ingestão de bebidas com metanol - Foto: Reprodução Agencia SP

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) anunciou nesta quarta-feira (8) que vai atuar em conjunto com o governo federal no combate à falsificação e adulteração de bebidas no país. A medida surge em meio à crise causada por mortes relacionadas ao consumo de bebidas contaminadas com metanol — substância tóxica e proibida em bebidas alcoólicas.

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A decisão foi tomada durante uma reunião com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, realizada na terça-feira (7), em Brasília. Na ocasião, representantes da indústria de bebidas e de outras entidades do setor manifestaram apoio à criação do Comitê de Enfrentamento da Crise do Metanol, proposta pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

A CNI irá participar ativamente do grupo de trabalho criado pelo governo para propor ações integradas contra a falsificação de bebidas destiladas. A entidade destacou que se solidariza com os familiares das vítimas do consumo de bebidas adulteradas e classificou como "acertada e prudente" a decisão do governo de enfrentar a situação com coordenação e urgência.

Em nota, a CNI ressaltou que a criação do comitê “garante a racionalização de ações em curso e a convergência de esforços público-privados em torno de um Plano de Ação comum, substancial e pragmático”.

Mortes expõem falhas na fiscalização

A crise envolvendo o metanol ganhou repercussão nacional após a morte de consumidores que ingeriram bebidas alcoólicas contaminadas. As ocorrências, verificadas em diferentes estados, revelaram falhas na fiscalização e na rastreabilidade de bebidas vendidas ilegalmente ou com adulterações graves.

As vítimas, em sua maioria, adquiriram os produtos em pequenos comércios ou de vendedores ambulantes. A ingestão de metanol pode causar desde náuseas e cegueira até falência de órgãos e morte. A substância é utilizada como solvente industrial e combustível, sendo proibida em qualquer tipo de bebida.

Diante da gravidade da situação, o Ministério da Justiça decidiu agir com rapidez para conter a disseminação de produtos adulterados e coibir a ação de quadrilhas envolvidas na falsificação.

Setor privado quer ampliar colaboração

Com a entrada da CNI no grupo de trabalho, a expectativa é que o setor industrial possa colaborar com informações técnicas, propostas regulatórias e estratégias de monitoramento da cadeia produtiva. Para a Confederação, o envolvimento do setor privado é essencial para dar efetividade às medidas e proteger o consumidor.

A iniciativa também é vista como uma oportunidade para modernizar os mecanismos de fiscalização e controle, inclusive com o uso de tecnologias de rastreabilidade e parcerias com órgãos como Receita Federal, Polícia Federal e agências reguladoras.

Segundo a CNI, combater a adulteração de bebidas é uma questão de segurança pública e de defesa da indústria formal, que sofre concorrência desleal com produtos ilegais.

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