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SEGURANÇA PÚBLICA

CDL repudia ação da Guarda Municipal contra manifestantes em Campo Grande

Entidade critica abordagem durante protesto e cobra apuração rigorosa dos órgãos de controle

3 dezembro 2025 - 15h30Da Redação
Ação da Guarda Municipal em manifestação pacífica na Rua 14 de Julho gera críticas e pedidos de apuração.
Ação da Guarda Municipal em manifestação pacífica na Rua 14 de Julho gera críticas e pedidos de apuração. - (Foto: Reprodução)

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL CG) e a Federação das CDLs de Mato Grosso do Sul (FCDL-MS) manifestaram, nesta semana, repúdio à ação da Guarda Municipal durante uma manifestação pacífica ocorrida no último sábado (29), na Rua 14 de Julho, centro da capital. O episódio, que envolveu professores, mães e cidadãos comuns, gerou indignação nas entidades, que classificaram a abordagem dos agentes como desproporcional e incompatível com os valores democráticos.

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A manifestação ocorria de forma pacífica e crítica à atual gestão municipal. No entanto, segundo a CDL, a reação da Guarda Municipal foi excessiva e trouxe um alerta preocupante sobre o uso da força pública em contextos de livre expressão. “O fato registrado em plena época natalina, um período simbólico, de convivência pacífica e respeito, representa um retrocesso que não condiz com os valores democráticos nem com o espírito do Natal”, destacou a entidade em nota oficial.

Para a CDL, a Guarda Municipal pertence ao município e deve servir à população, independentemente de posições políticas ou ideológicas. O uso da força para constranger manifestações legítimas fragiliza o papel institucional da corporação.

“Aguardar ordens que visam constranger cidadãos transforma uma instituição essencial em instrumento de coerção, distorcendo seu papel e fragilizando a relação de confiança que a população deve ter com seus agentes”, ressalta a entidade, reforçando que o maior patrimônio da cidade são os próprios moradores.

Outro ponto levantado pela CDL é a precariedade das condições de trabalho enfrentadas pelos próprios guardas municipais. Com salários considerados baixos e estrutura limitada, esses profissionais são frequentemente submetidos a pressões e ordens que os colocam em situações de desgaste público.

“É inadmissível que servidores que já enfrentam salários baixos e estrutura limitada ainda sejam direcionados a cumprir ordens que os colocam em situação de vulnerabilidade e descrédito”, pontua o documento.

Entidade cobra reação das autoridades - A CDL Campo Grande solicitou que os órgãos de controle investiguem o caso e adotem providências para evitar que situações semelhantes se repitam. Para a entidade, o silêncio diante de ações como essa abre espaço para a naturalização da violência institucional e representa uma ameaça à liberdade de todos.

“O episódio envolve professores, mães, cidadãos comuns, e, se não houver reação, amanhã poderá atingir qualquer um de nós, trabalhadores e empreendedores que movimentam o varejo e sustentam a economia local”, alertou a entidade.

A presidente da Federação das CDLs de Mato Grosso do Sul (FCDL-MS), Inês Santiago, também se manifestou sobre o ocorrido, destacando a gravidade da situação. Segundo ela, o episódio ultrapassa os limites aceitáveis em uma cidade democrática.

“Quando uma manifestação pacífica resulta em intimidação, algo muito sério está acontecendo. O Mato Grosso do Sul sempre preservou o diálogo e o respeito, e episódios como esse ferem não apenas Campo Grande, mas todo o Estado. A liberdade de expressão é um direito constitucional e precisa ser tratada como tal”, afirmou.

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