
Na tarde desta terça-feira (12), moradores de Vila Nhanhá e Homex, em Campo Grande, olharam para o céu e viram algo que, até pouco tempo, era raridade no cotidiano da segurança pública da cidade: um helicóptero da Polícia Militar sobrevoando as ruas em baixa altitude, enquanto viaturas avançavam pelo solo. A cena faz parte de uma nova estratégia do 10º Batalhão para intensificar o patrulhamento e ampliar o alcance das operações contra crimes contra o patrimônio.

A ideia é simples na teoria e complexa na execução: unir tecnologia aérea e presença terrestre para agir de forma mais rápida e com maior capacidade de dissuasão. O helicóptero permite identificar movimentações suspeitas em tempo real, orientar equipes em solo e cobrir áreas amplas em poucos minutos algo difícil de alcançar apenas com viaturas.
Segundo o coronel Andrade, comandante do 10º BPM, o uso da aeronave não será pontual. "Ela fará parte da rotina de operações, especialmente nos períodos de verão, quando há mais circulação de pessoas e, consequentemente, maior incidência de crimes contra o patrimônio", explica. A ação desta terça envolveu seis a sete viaturas e incluiu também sobrevoos no bairro Indubrasil, onde a aeronave fez um pouso rápido para abastecimento às margens da BR-060.
A aposta da PM é que o fator surpresa e a capacidade de cobertura ampla funcionem como elemento dissuasor. No entanto, especialistas em segurança urbana ouvidos pela reportagem em outras ocasiões apontam que o uso contínuo de helicópteros requer alto investimento em combustível, manutenção e treinamento o que levanta questões sobre custo-benefício e sustentabilidade a longo prazo.
Apesar disso, a presença da aeronave muda a dinâmica de atuação. Com visão aérea privilegiada, é possível acompanhar perseguições, localizar veículos furtados ou roubados e até monitorar aglomerações suspeitas. Na prática, isso reduz o tempo de resposta, melhora a coordenação entre equipes e aumenta a sensação de presença policial.
A PM afirma que esta é apenas a primeira de uma série de operações com apoio aéreo que devem ocorrer nos próximos meses. Para quem está no chão, o barulho das hélices já é um recado: há olhos no céu observando cada movimento.
