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10 de dezembro de 2025 - 10h37
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POLÍCIA

Homem confessa assassinato de mulher trans e é liberado pela polícia na Bahia

Motorista de aplicativo admitiu ter matado Ryana Alves, de 18 anos; segundo a Polícia Civil, motorista de aplicativo seguirá respondendo em liberdade por 'ter se apresentado espontaneamente'

10 dezembro 2025 - 08h45Adriana Victorino
Jovem Ryana Alves tinha 18 anos; corpo foi encontrado em um veículo
Jovem Ryana Alves tinha 18 anos; corpo foi encontrado em um veículo - Foto: Reprodução/Instagram

Um homem de 18 anos confessou ter matado a jovem transgênero Ryana Alves, de 18 anos, na noite de sábado (6), em Luís Eduardo Magalhães, no interior da Bahia. Segundo a Polícia Civil, a vítima e o suspeito viajavam de Barreiras para Luís Eduardo Magalhães, quando houve um desentendimento. O motorista aplicou um golpe conhecido como "mata-leão", que levou à morte de Ryana.

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O suspeito compareceu à delegacia e prestou depoimento, mas foi liberado e responderá em liberdade, por ter se apresentado espontaneamente. O corpo da jovem foi encontrado dentro de um veículo. Até o momento, a identidade do homem não foi divulgada, e sua defesa não se manifestou. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia e o governo estadual não responderam aos pedidos de esclarecimento.

A irmã de Ryana, Drycka Santana, expressou revolta nas redes sociais: “Tinha um lindo futuro pela frente, mas não escutou nossos conselhos. Depois de quase um mês de uma briga, chega alguém e simplesmente te mata. Que todos os culpados paguem, porque eu tenho a certeza de que não foi só um”.

A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) denunciou o caso ao Ministério Público da Bahia, questionou a conduta da Polícia Civil e do governo estadual, e classificou a liberação do suspeito como tratamento desigual. “É inconcebível que um delegado não faça a prisão em flagrante de um assassino que levou um corpo até a delegacia. Assassinato é assassinato, e nossa lei não hierarquiza vidas”, afirmou.

Hilton ainda questionou se a decisão teria sido diferente caso a vítima não fosse uma mulher trans, chamando atenção para possível transfobia institucionalizada.

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia (SJDH) informou que oficiou a SSP e o Ministério Público, pedindo rigor e agilidade na investigação. Segundo a pasta, o Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBTQIA+ está mobilizado para prestar acolhimento à família. A secretaria reafirmou que o governo não tolera a transfobia e mantém compromisso com a justiça.

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