tjms
CAPITAL

Polícia apura falsa denúncia de sequestro e apreende arma de fogo

Jovem relatou roubo, cárcere e possível violência sexual, mas perícia descartou indícios; pistola sem registro foi encontrada no veículo

14 julho 2025 - 09h50Carlos Guilherme
Cepol em Campo Grande
Cepol em Campo Grande - (Foto: Giovanna Gazozo)

Equipe da Polícia Militar (PM) foi acionada na manhã de ontem (13) para atender uma ocorrência de possível sequestro relâmpago no bairro Jardim Petrópolis, em Campo Grande.

Canal WhatsApp

Ao chegar ao local, os policiais encontraram uma mulher que relatava ter sido vítima de assalto, cárcere privado e possível abuso sexual. A investigação, no entanto, aponta contradições e terminou com a apreensão de uma arma de fogo irregular.

Segundo o relato inicial, a jovem teria saído de uma fazenda na região da Ponte do Grego em direção à capital, dirigindo um Jeep Renegade. No caminho, teria sido abordada por dois homens em uma motocicleta. Ainda de acordo com a versão apresentada, os suspeitos teriam a rendido, colocado a vítima no porta-malas do próprio carro e circulado com ela por tempo indefinido.

Ela relatou ainda que foi forçada a ingerir comprimidos e perdeu a consciência, despertando apenas na Rua das Flores, onde foi encontrada pelo companheiro. Entre os pertences supostamente levados, estavam o celular, a chave do veículo e uma pistola calibre 9mm, que pertenceria ao namorado.

No entanto, durante a inspeção no veículo, policiais localizaram a arma mencionada - uma pistola Taurus, modelo PT 92 AFS-D - entre os bancos dianteiro e traseiro, com carregador contendo 13 munições e um coldre. Sem documentação que comprovasse a legalidade do porte, a arma foi apreendida.

A vítima foi levada para a UPA Vila Almeida, onde passou por atendimento médico e recebeu profilaxia padrão para casos de possível violência sexual. No entanto, o laudo oficial do Instituto de Medicina Legal não encontrou sinais compatíveis com agressão.

Após o atendimento, a mulher foi encaminhada à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) para formalização do boletim. A arma foi apresentada na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac Cepol), onde a ocorrência também foi registrada.

Diante das contradições do depoimento, da ausência de sinais físicos de violência e da descoberta da arma de fogo irregular no veículo, a ocorrência passou a ser tratada como possível caso de falsa comunicação de crime. A Polícia Civil segue com a apuração para esclarecer o que de fato ocorreu.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop