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O que será feito com a carga de 103 kg de ouro apreendido?

Carga avaliada em mais de R$ 60 milhões estava com empresário que alega não ser dono do material; PF investiga origem do ouro

6 agosto 2025 - 16h05Renata Okumura
Mais de 100 barras de ouro maciço, totalizando 103 kg, foram encontrados dentro de uma caminhonete Hilux.
Mais de 100 barras de ouro maciço, totalizando 103 kg, foram encontrados dentro de uma caminhonete Hilux. - Foto: PRF/Divulgação

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Roraima realizou, na última segunda-feira (4), a maior apreensão de ouro da sua história. Durante abordagem em uma rodovia de Boa Vista, os agentes encontraram 103 quilos de ouro, avaliados em mais de R$ 60 milhões, dentro de um veículo. O caso agora está sob investigação da Polícia Federal.

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O homem detido foi identificado como Bruno Mendes de Jesus, de 30 anos. Ele conduzia o carro no momento da abordagem e estava acompanhado da esposa e de um bebê de 9 meses. Segundo a defesa, Bruno tem vínculos com a atividade de mineração por necessidade de sobrevivência, mas nega ser o proprietário do ouro, alegando que apenas dirigia o veículo.

Como é feita a investigação? - Diferente do que ocorre em apreensões de drogas — onde o material é incinerado —, a carga de ouro passa por um processo específico. A Polícia Federal realiza a análise do metal para determinar a origem, o destino, a pureza e a legalidade da extração. O material fica guardado em instalações seguras da própria PF ou de instituições financeiras, cujo local não é revelado por motivos de segurança.

A quem pertence o ouro? - Segundo a Constituição Federal, todo minério encontrado no subsolo brasileiro pertence à União. A exploração legal de ouro só pode ocorrer com autorização do Poder Público Federal. Se for constatado que o ouro foi extraído ou transportado sem essa permissão, o responsável pode responder pelo crime de usurpação, previsto na Lei 8.176/91.

O artigo 2º da lei estabelece que é crime “produzir bens ou explorar matéria-prima pertencente à União, sem autorização legal ou em desacordo com as obrigações do título autorizativo”. Isso inclui o transporte de cargas que não possam comprovar origem legal.

Durante o processo judicial, o ouro permanece sob custódia e, caso não seja comprovada origem legal, poderá ser incorporado ao patrimônio da União ou destinado conforme decisão judicial. A Polícia Federal seguirá investigando o caso para identificar os envolvidos, a origem da carga e se houve participação de empresas ou garimpos ilegais.

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