
A Prefeitura de Ipojuca, no litoral de Pernambuco, suspendeu por sete dias o funcionamento da barraca de praia envolvida na agressão a um casal de turistas em Porto de Galinhas. A decisão foi tomada dois dias após o episódio, registrado no sábado (27), e inclui o afastamento preventivo de garçons e atendentes que trabalhavam no local.
Os empresários Cleiton Zanatta e Johnny Andrade, que moram no Mato Grosso, afirmam que foram agredidos depois de questionarem o valor cobrado pelo aluguel de cadeiras. Segundo o casal, o preço apresentado na hora do pagamento era quase o dobro do combinado. Durante a confusão, um comerciante teria arremessado uma cadeira contra Johnny e, em seguida, cerca de 30 pessoas teriam participado das agressões. Eles afirmam que o ataque teve motivação homofóbica. Comerciantes da região negam a versão e alegam que um dos barraqueiros é que teria sido agredido pelos turistas.
PERNAMBUCO: Casal gay é espancado em Porto de Galinhas após questionar cobrança abusiva
— Laranjeiras.News (@NewsLaranjeiras) December 29, 2025
As vítimas afirmam que foram agredidas ao se recusarem a pagar um valor maior que o combinado e apontam caráter homofóbico na violência. pic.twitter.com/UYovYP310y
A Polícia Civil de Pernambuco informou ter identificado 14 pessoas ligadas ao caso. A governadora Raquel Lyra (PSD) afirmou que todos serão indiciados e que “todas as medidas cabíveis” serão adotadas, além de pedir desculpas pelo ocorrido. A delegada-geral adjunta da corporação, Beatriz Leite, disse que equipes estiveram na praia para coletar imagens e ouvir depoimentos. O inquérito segue em andamento e novas informações só serão divulgadas após a conclusão das investigações.
A Polícia Militar declarou, em coletiva, que só tomou conhecimento da agressão quando o casal procurou a delegacia, mas garante que já havia policiamento na faixa de areia, em parceria com a Guarda Municipal, e que o efetivo foi reforçado após o caso. A Secretaria de Defesa Social informou ter se reunido com órgãos municipais e estaduais para definir ações de segurança em Porto de Galinhas, como ampliação do plantão da Polícia Civil em janeiro e operações integradas com PM, Guarda Municipal, Controle Urbano e Procon. A Prefeitura de Ipojuca também anunciou fiscalização mais rígida contra flanelinhas, venda casada e cobrança de consumação mínima nas barracas da orla.

