
Na tarde de ontem (17), durante o julgamento de Jamil Name Filho e outros réus envolvidos no caso da morte de Matheus Coutinho Xavier, a defesa apresentou uma solicitação para impugnar o júri, alegando que a transmissão ao vivo realiza pela imprensa comprometeria a lisura do evento e violaria a necessidade de incomunicabilidade das testemunhas.

O advogado Nefi Cordeiro, representante de Jamil Name Filho e ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), argumentou que as testemunhas não deveriam ter acesso à transmissão ao vivo, pois isso poderia influenciar seus depoimentos. Segundo ele, a incomunicabilidade das testemunhas é essencial para garantir a imparcialidade e a autenticidade dos relatos.
Plenário do Tribunal do Júri durante o julgamento da Operação Omertà.
Em resposta ao pedido da defesa, o juiz Aluízio Pereira dos Santos decidiu proibir integralmente a transmissão ao vivo do julgamento por qualquer órgão de imprensa. O magistrado levou em consideração o avanço tecnológico, que proporciona maior publicidade aos julgamentos, mas destacou a importância de preservar a integridade do processo e resguardar as testemunhas. Aluízio afirmou que não seria viável trazer todas as testemunhas para o plenário e mantê-las isoladas durante vários dias. Assim, ele considerou que a proibição da transmissão ao vivo era a medida adequada para garantir a preservação do julgamento.
Nefi Cordeiro ressaltou a importância da incomunicabilidade das testemunhas, argumentando que a exposição aos depoimentos uns dos outros poderia afetar a veracidade de seus relatos. O advogado levantou a preocupação de que a transmissão ao vivo poderia influenciar a percepção e a memória das testemunhas, comprometendo assim a justiça do processo.
Por outro lado, o promotor Moisés Casarotto, do Ministério Público, assegurou que a testemunha seguinte, o delegado Tiago Macedo dos Santos, assim como as demais programadas para a tarde, não teve acesso à transmissão ao vivo. O promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos também destacou que o caso da Boate Kiss, no Rio Grande do Sul, teve todo o seu julgamento transmitido ao vivo, sem que isso resultasse em qualquer nulidade.
