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MEIO AMBIENTE

Seca histórica reduz em 75% área alagada no Pantanal em quatro décadas

Levantamento do MapBiomas mostra que mudança no Planalto da Bacia do Alto Paraguai impacta fluxo hídrico e vegetação no bioma

12 novembro 2025 - 11h20Carlos Guilherme
Estudo revela queda de 75% na área alagada do Pantanal em quatro décadas; degradação no planalto da Bacia do Alto Paraguai contribui para a crise hídrica no bioma.
Estudo revela queda de 75% na área alagada do Pantanal em quatro décadas; degradação no planalto da Bacia do Alto Paraguai contribui para a crise hídrica no bioma. - (Foto: Saul Schramm)

O Pantanal sul-mato-grossense atravessa o período mais seco desde 1985, conforme aponta o estudo do MapBiomas divulgado hoje (12).

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A área anual que permanece alagada despencou de aproximadamente 1,6milhão de hectares na década de 19851994 para cerca de 460mil hectares no período 20142024, uma redução de aproximadamente 75%. O ano de 2024 se destaca como o mais seco da série, com a superfície alagada registrando índice 73% abaixo da média histórica.

As transformações não se limitam à planície. No planalto da Bacia do Alto Paraguai (BAP), onde nascem rios que abastecem o Pantanal, a cobertura vegetal sofreu perdas expressivas: a vegetação natural caiu de 59% para 36% em MatoGrossodoSul, representando cerca de 3,2milhões de hectares convertidos entre 1985 e 2024. A agricultura cresceu 3,8 vezes e as pastagens ocuparam 4,4milhões de hectares adicionais no mesmo período.

Especialistas do MapBiomas explicam que essa degradação no planalto fragiliza a proteção dos solos nas cabeceiras dos rios e compromete o ‘pulso de cheias’, as inundações sazonais vitais para a planície pantaneira. A consequência: períodos de cheia mais curtos e secas mais longas, que favorecem incêndios e reduzem a resiliência ecológica do bioma.

Na própria planície, a área natural diminuiu de 96% para 84% entre 1985 e 2024, com 1,7milhão de hectares convertidos para pastagem. Em 2024, 85% das pastagens da região apresentavam baixo ou médio vigor vegetativo.

A mineração também avançou rapidamente, com aumento de 60% na última década, evidenciando o impacto de atividades antrópicas na dinâmica ambiental.

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