
O Estado de São Paulo enfrenta nesta semana a mais grave situação de risco de incêndios registrada em 2025. Segundo a Defesa Civil estadual, praticamente todo o território paulista entrou em nível de emergência nesta segunda-feira (6), devido ao calor intenso, à estiagem prolongada e à baixa umidade do ar — condições que favorecem o alastramento de queimadas em áreas urbanas, rurais e florestais.

No domingo (5), regiões do norte, oeste e centro-oeste do estado já estavam em situação de emergência (nível máximo de alerta representado pela cor roxa nos mapas da Defesa Civil). A tendência é de agravamento: nesta segunda, o cenário de risco extremo abrange quase todo o estado, com exceção de pontos do sudoeste paulista e do Vale do Paraíba, que permanecem em alerta de risco alto (cor laranja). Nenhuma área está em situação de risco baixo.
Sem chuvas à vista e umidade em queda
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não há previsão de chuva significativa para os próximos dias no estado. A umidade relativa do ar deve permanecer abaixo de 30% em diversas regiões, índice considerado crítico para a saúde e para o meio ambiente.
“Esse é o cenário mais preocupante de 2025 até agora”, informa a Defesa Civil. A condição extrema deve se manter ao menos até sexta-feira (10), especialmente na faixa norte do estado, onde os alertas permanecem no nível de emergência.
Na terça-feira (7), o risco extremo recua ligeiramente, mas a maior parte do interior paulista continuará sob risco alto. A partir de quarta, a emergência volta a se concentrar principalmente nas regiões norte e noroeste.
Queimadas diminuíram em 2025, mas seca pressiona
Apesar do alerta atual, o número de queimadas em São Paulo em 2025 é significativamente menor do que no ano passado. Dados do monitor de focos de calor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o estado registrou 2.053 focos de incêndio entre janeiro e 5 de outubro, contra 8.255 no mesmo período de 2024 — uma queda de mais de 75%.
A redução é atribuída à presença de chuvas fora de época, entre junho e julho, que adiaram o início da temporada crítica. No entanto, a estiagem finalmente se instalou com força, e, segundo o Inpe, deve se estender ao menos até a segunda quinzena de outubro.
Incêndios recentes acendem alerta
Mesmo com menor número de focos registrados, os incêndios que ocorrem têm sido severos. No sábado (4), um incêndio florestal em Martinópolis, no oeste do estado, destruiu uma área equivalente a 10 campos de futebol, incluindo matas e plantações de eucalipto. A ação foi controlada por bombeiros com apoio de caminhões pipa fornecidos por uma usina de cana-de-açúcar.
Em Araçatuba, outro incêndio na quinta-feira (2) atingiu uma área de 91,5 mil metros quadrados. Apesar do alto risco neste domingo, os satélites do Inpe não registraram focos ativos de queimadas até o meio-dia.
Cores de risco da Defesa Civil
A Defesa Civil usa um sistema de cores para classificar o risco de incêndios florestais:
Amarelo: risco baixo
Laranja: risco alto
Vermelho: alerta
Roxo: emergência (nível mais grave)
Cuidados e recomendações
Com a umidade em níveis críticos, os órgãos de saúde e meio ambiente alertam a população para:
Evitar qualquer tipo de queima controlada, como queimar folhas ou lixo em quintais;
Denunciar focos de incêndio pelo 193 (Corpo de Bombeiros);
Hidratar-se constantemente e evitar atividades físicas ao ar livre nas horas mais quentes do dia;
Redobrar atenção com crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias.
A Defesa Civil também recomenda que agricultores e proprietários rurais redobrem a vigilância e mantenham aceiros e equipamentos de combate a fogo em condições de uso.
