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28 de outubro de 2025 - 20h52
CRISE CLIMÁTICA

Relatório global aponta retrocesso climático: 'placar é 45 a zero contra nós', alerta especialista

Estudo internacional mostra que nenhum dos 45 indicadores climáticos avança no ritmo necessário para conter o aquecimento global

28 outubro 2025 - 17h15Redação O Estado de S. Paulo
Relatório aponta que o mundo perde uma área do tamanho de 22 campos de futebol por minuto em florestas
Relatório aponta que o mundo perde uma área do tamanho de 22 campos de futebol por minuto em florestas - Foto: Reprodução
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O mundo está perdendo a corrida contra a crise climática. Essa é a principal conclusão do relatório “Estado da Ação Climática”, analisado pelo secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, em sua coluna na Rádio Eldorado. Segundo ele, o documento, produzido por seis centros de pesquisa internacionais, é um verdadeiro diagnóstico global do atraso nas ações contra o colapso ambiental.

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“Desses 45 itens analisados, nós estamos no caminho para manter o equilíbrio do planeta em exatamente nenhum deles. O placar é 45 a zero contra nós”, alertou Astrini, descrevendo o resultado do estudo como “bem triste”.

Avanços são lentos e insuficientes - Embora alguns indicadores tenham registrado progresso, como o crescimento da frota de veículos elétricos e o uso de energia solar, os avanços ainda estão muito abaixo do necessário. “O incremento de energia renovável, por exemplo, deveria ser o dobro do que foi”, afirmou.

Os dados indicam que até mesmo nas áreas onde há desenvolvimento, a velocidade das mudanças não acompanha a urgência climática. O relatório define metas e ritmos desejáveis para conter o aquecimento global, mas a realidade global está muito aquém desses parâmetros.

Entre os indicadores mais preocupantes estão o desmatamento e o aquecimento global, que evoluem a uma velocidade de 9 a 10 vezes mais lenta do que o ideal. Astrini destacou o dado chocante de perda de áreas verdes em todo o planeta: “Perdemos no mundo uma área do tamanho de 22 campos de futebol por minuto. É um negócio realmente impactante”, declarou.

Esse ritmo acelerado de destruição ambiental compromete não apenas metas futuras, mas também compromissos já firmados em acordos climáticos internacionais, como o Acordo de Paris.

Exploração de petróleo na Foz do Amazonas é criticada - Márcio Astrini também comentou a recente decisão do Ibama, que concedeu licença para exploração de petróleo na Foz do Amazonas, medida que vinha sendo debatida há meses. Para ele, a decisão representa um grave erro político e ambiental, sobretudo por ter sido tomada às vésperas da próxima Conferência do Clima da ONU (COP30), que será sediada no Brasil, em Belém.

“O governo faz o inexplicável que não é apenas errar. É errar na véspera da conferência do clima. É inacreditável, porque pode dobrar o efeito desse erro e prejudicar uma conferência que o seu próprio país está hospedando”, criticou.

O relatório evidencia que, embora o discurso sobre sustentabilidade esteja cada vez mais presente, as ações práticas continuam distantes das promessas. Para os especialistas, o cenário só poderá mudar com engajamento político real, investimentos em energias limpas e controle rigoroso do desmatamento.

Astrini reforçou que o caminho atual leva a um colapso climático, com consequências diretas para todas as populações. “O planeta está mandando recados claros de que não há mais tempo para medidas tímidas ou adiamentos”, alertou.

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