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ECONOMIA RURAL

Dinheiro para quem preserva: produtores do Pantanal têm até 20 de agosto para aderir ao PSA

Programa prevê até R$ 100 mil por propriedade para quem conservar vegetação nativa; adesão é online e gratuita

14 agosto 2025 - 13h10Redação
Vegetação nativa preservada no Pantanal sul-mato-grossense pode gerar renda extra para produtores
Vegetação nativa preservada no Pantanal sul-mato-grossense pode gerar renda extra para produtores - (Foto: Divulgação)

O Pantanal, uma das maiores extensões de natureza ainda intocadas do planeta, pode se tornar também exemplo de renda sustentável para produtores que ajudam a preservá-lo. Até o dia 20 de agosto, pecuaristas e proprietários rurais que mantêm áreas de vegetação nativa acima do mínimo exigido por lei podem aderir ao Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que vai distribuir R$ 30 milhões em 2025 a quem conserva.

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O programa, lançado pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul (Semadesc), prevê pagamento anual de R$ 55,47 por hectare de área preservada, com limite de R$ 100 mil por propriedade e até R$ 300 mil por grupo econômico, com possibilidade de renovação por mais um ano. Na prática, isso pode significar um reforço de caixa significativo — sem desmatar, sem expandir, sem abrir novas áreas.

A estimativa oficial é de que até 300 produtores rurais sejam beneficiados e que a política ambiental alcance 540 mil hectares do bioma pantaneiro — o equivalente a quase quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Para se inscrever, a propriedade precisa estar localizada, total ou parcialmente, no Pantanal sul-mato-grossense, estar registrada no Cadastro Ambiental Rural (CAR/MS) e comprovar o excedente de vegetação preservada.

 Diretor Executivo do Instituto Taquari Vivo, Renato Roscoe Diretor Executivo do Instituto Taquari Vivo, Renato Roscoe

As inscrições são feitas exclusivamente online, pela plataforma Editais MS (https://editaisms.prosas.com.br/edital?id=15945). Toda a documentação exigida deve ser enviada até a data-limite.

Para Renato Roscoe, diretor executivo do Instituto Taquari Vivo, o PSA é uma forma concreta de unir conservação e produtividade. “O Pantanal é um dos biomas mais preservados do mundo e, ao mesmo tempo, um dos mais produtivos. Este edital é uma forma de reconhecer financeiramente os produtores que mantêm áreas nativas acima do exigido por lei”, disse.

Segundo ele, o recurso pode ser usado para melhorar a gestão da propriedade, investir em tecnologia, infraestrutura ou treinamento. “É uma renda extra que vem sem a necessidade de ampliar a área de produção ou pressionar os recursos naturais”, afirmou.

Além do retorno financeiro, Roscoe acredita que o programa tem um impacto maior: consolida o Pantanal como referência mundial de produção sustentável. “Se conseguirmos atingir a meta de proteger mais de meio milhão de hectares, daremos um passo histórico”, concluiu.

Num momento em que as discussões sobre clima, desmatamento e uso do solo ganham o centro das atenções, o PSA surge como uma possibilidade concreta de alinhar o que antes parecia incompatível: produção e preservação. E, por enquanto, basta não perder o prazo.

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