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Nesta quinta-feira (19), Mato Grosso do Sul foi até o Supremo Tribunal Federal (STF) para explicar como tem enfrentado as queimadas que estão devastando o Pantanal. Representantes do governo do estado se reuniram com o ministro Flávio Dino e outros líderes para discutir as medidas que estão sendo tomadas e os desafios do combate ao fogo, agravado pela maior seca desde 1951.

O estado levou um dossiê com todos os detalhes das ações, investimentos e estratégias para tentar conter as chamas que, só em 2024, podem destruir até 1,7 milhão de hectares do bioma. Na audiência, o secretário de Meio Ambiente, Jaime Verruck, o tenente-coronel Leonardo Congro, do Corpo de Bombeiros, e o procurador-geral do estado, Ulisses Schwarz Viana, explicaram o que Mato Grosso do Sul tem feito para lidar com a crise.
Jaime Verruck, titular da Semadesc (Secretário da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). (Foto: Gustavo Morena/STF)
Um dossiê em meio ao fogo - O documento entregue ao STF apresenta um esforço coordenado para enfrentar a situação. O estado criou planos de manejo para áreas suscetíveis a incêndios, montou brigadas especializadas para combater o fogo, e instalou um sistema de comando para organizar as operações em campo. Além disso, o governo monitora o clima de perto, antecipando áreas de risco e prevenindo novos focos.
Nos últimos meses, foram investidos mais de R$ 21 milhões em aeronaves, equipamentos e em equipes de combate. O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), por exemplo, proibiu as queimadas por 180 dias e criou áreas de proteção no Parque Estadual do Pantanal. Já a Polícia Militar Ambiental tem feito fiscalizações intensas em áreas rurais, aplicando multas para quem desrespeita as regras.
O Corpo de Bombeiros, que está na linha de frente, não só combate as chamas, mas também capacita produtores rurais para lidarem com situações de emergência. O Getrap, um grupo de reação a emergências, está atuando na retirada de animais de áreas afetadas, em uma tentativa de minimizar as perdas da fauna local.
O Pantanal em risco - Durante a audiência, o ministro Flávio Dino comparou o cenário a uma “guerra”, com cidades sendo tomadas pela fumaça das queimadas. Ele alertou que, se nada for feito, o Pantanal, a Amazônia e outras áreas naturais do país estão em risco. O ministro destacou que, mesmo em tempos de crise fiscal, não se pode economizar na proteção ambiental.
Ministro Flávio Dino durante explanação no encontro. (Foto: Gustavo Morena/STF)
O Pantanal, que em 2020 já havia sofrido com uma das maiores queimadas de sua história, enfrenta uma situação ainda mais crítica em 2024. O bioma, que abriga uma das maiores biodiversidades do mundo, está mais vulnerável do que nunca. A seca extrema, que se arrasta há meses, tem tornado o combate às chamas ainda mais complicado.
Esforços e desafios - Apesar dos esforços do governo de Mato Grosso do Sul, o cenário é desafiador. As condições climáticas estão cada vez mais severas, e a previsão é que o fogo continue a avançar por grandes áreas do Pantanal. No entanto, o estado tenta mostrar que está agindo com o que tem, coordenando equipes, alocando recursos e buscando alternativas para minimizar os danos.
O dossiê entregue ao STF é uma tentativa de mostrar que, mesmo diante de um problema tão complexo, há planejamento e mobilização. No entanto, a batalha contra o fogo continua. E, como alertou o ministro Dino, a natureza pode não esperar por soluções futuras.
