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Pantanal em chamas: Mato Grosso do Sul leva dossiê ao STF para explicar combate às queimadas

Mato Grosso do Sul apresenta dossiê ao STF sobre suas ações para enfrentar as queimadas no Pantanal em meio à pior seca desde 1951.

19 setembro 2024 - 18h16Ricardo Eugenio
Representantes de MS durante audiêcia no STF.
Representantes de MS durante audiêcia no STF. - (Foto: Divulgação/PGE-MS)

Nesta quinta-feira (19), Mato Grosso do Sul foi até o Supremo Tribunal Federal (STF) para explicar como tem enfrentado as queimadas que estão devastando o Pantanal. Representantes do governo do estado se reuniram com o ministro Flávio Dino e outros líderes para discutir as medidas que estão sendo tomadas e os desafios do combate ao fogo, agravado pela maior seca desde 1951.

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O estado levou um dossiê com todos os detalhes das ações, investimentos e estratégias para tentar conter as chamas que, só em 2024, podem destruir até 1,7 milhão de hectares do bioma. Na audiência, o secretário de Meio Ambiente, Jaime Verruck, o tenente-coronel Leonardo Congro, do Corpo de Bombeiros, e o procurador-geral do estado, Ulisses Schwarz Viana, explicaram o que Mato Grosso do Sul tem feito para lidar com a crise.

Jaime Verruck, titular da Semadesc (Secretário da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação)
Jaime Verruck, titular da Semadesc (Secretário da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). (Foto: Gustavo Morena/STF)

Um dossiê em meio ao fogo - O documento entregue ao STF apresenta um esforço coordenado para enfrentar a situação. O estado criou planos de manejo para áreas suscetíveis a incêndios, montou brigadas especializadas para combater o fogo, e instalou um sistema de comando para organizar as operações em campo. Além disso, o governo monitora o clima de perto, antecipando áreas de risco e prevenindo novos focos.

Nos últimos meses, foram investidos mais de R$ 21 milhões em aeronaves, equipamentos e em equipes de combate. O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), por exemplo, proibiu as queimadas por 180 dias e criou áreas de proteção no Parque Estadual do Pantanal. Já a Polícia Militar Ambiental tem feito fiscalizações intensas em áreas rurais, aplicando multas para quem desrespeita as regras.

O Corpo de Bombeiros, que está na linha de frente, não só combate as chamas, mas também capacita produtores rurais para lidarem com situações de emergência. O Getrap, um grupo de reação a emergências, está atuando na retirada de animais de áreas afetadas, em uma tentativa de minimizar as perdas da fauna local.

O Pantanal em risco - Durante a audiência, o ministro Flávio Dino comparou o cenário a uma “guerra”, com cidades sendo tomadas pela fumaça das queimadas. Ele alertou que, se nada for feito, o Pantanal, a Amazônia e outras áreas naturais do país estão em risco. O ministro destacou que, mesmo em tempos de crise fiscal, não se pode economizar na proteção ambiental.

Ministro Flávio Dino durante explanação no encontro.
Ministro Flávio Dino durante explanação no encontro. (Foto: Gustavo Morena/STF)

O Pantanal, que em 2020 já havia sofrido com uma das maiores queimadas de sua história, enfrenta uma situação ainda mais crítica em 2024. O bioma, que abriga uma das maiores biodiversidades do mundo, está mais vulnerável do que nunca. A seca extrema, que se arrasta há meses, tem tornado o combate às chamas ainda mais complicado.

Esforços e desafios - Apesar dos esforços do governo de Mato Grosso do Sul, o cenário é desafiador. As condições climáticas estão cada vez mais severas, e a previsão é que o fogo continue a avançar por grandes áreas do Pantanal. No entanto, o estado tenta mostrar que está agindo com o que tem, coordenando equipes, alocando recursos e buscando alternativas para minimizar os danos.

O dossiê entregue ao STF é uma tentativa de mostrar que, mesmo diante de um problema tão complexo, há planejamento e mobilização. No entanto, a batalha contra o fogo continua. E, como alertou o ministro Dino, a natureza pode não esperar por soluções futuras.

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