
Na manhã desta terça-feira, 30 de setembro, o Pantanal se tornou palco de um treinamento inédito. Brigadistas de seis fazendas ligadas à Aliança 5P (Pantanal, Preservação, Parcerias, Pecuária e Produtividade) participaram de uma capacitação conduzida pela SOS Pantanal, que introduziu um novo modelo de gestão de incêndios: o SCI Pantaneiro.

O protocolo é inspirado no Sistema de Comando de Incidentes (SCI), já usado internacionalmente em situações de emergência. Adaptado para a realidade da planície, o modelo busca padronizar procedimentos, capacitar líderes locais e melhorar a comunicação entre brigadas, reduzindo riscos e aumentando a eficiência no enfrentamento do fogo.

O treinamento aconteceu na Fazenda Santa Sofia e incluiu simulações práticas de incêndios em campo. Nos exercícios, os brigadistas foram desafiados a responder sob pressão, corrigir falhas em tempo real e reforçar a confiança no trabalho coletivo. A ideia central foi treinar não apenas a técnica, mas também a liderança e a capacidade de tomada de decisão em cenários críticos.
Com esse formato, o SCI Pantaneiro busca garantir clareza de funções, organização na comunicação e uso racional dos recursos. Ao centralizar decisões, o sistema evita riscos desnecessários e facilita a integração entre diferentes frentes de combate.
O ano de 2025 também trouxe reforço no efetivo da SOS Pantanal. Foram criadas duas novas brigadas: uma na Fazenda Mutum, em Corumbá, região da Serra do Amolar, com cinco integrantes, e outra na Fazenda Tupanciretã, com doze brigadistas. Com isso, a organização passa a contar com 29 brigadas e mais de 700 profissionais treinados e equipados.
O próximo passo será consolidar a integração com órgãos oficiais como o Prevfogo/Ibama, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Por se tratar de um protocolo universal, o SCI permite cooperação em situações de grande escala, aumentando a chance de respostas rápidas e coordenadas em emergências ambientais.
O Pantanal, acostumado ao ciclo de cheias e secas, convive também com o risco do fogo. Agora, com o SCI Pantaneiro, ganha uma nova ferramenta para enfrentar esse desafio com mais organização e menos improviso.
