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03 de dezembro de 2025 - 17h33
TCE
PLANEJAMENTO

Operação integrada antecipa combate e Pantanal tem menor número de focos desde 1998

Planejamento, articulação entre instituições e resposta rápida evitaram catástrofes em 2025; área queimada caiu mais de 90% em relação a 2024

3 dezembro 2025 - 16h50Carlos Guilherme, Douglas Vieira e Alisson Lacerda
Operação Pantanal 2025 reduz focos e área queimada a marcas históricas no MS
Operação Pantanal 2025 reduz focos e área queimada a marcas históricas no MS - (Foto: Imagem ilustrativa/A Crítica)

Com lições aprendidas após o devastador 2024, Mato Grosso do Sul entrou em 2025 preparado para enfrentar o pior cenário possível em relação aos incêndios florestais.

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Bases avançadas foram montadas antes da estiagem, brigadas foram treinadas em larga escala e uma força-tarefa interinstitucional foi acionada com meses de antecedência. O resultado fez com que MS registrasse o menor número de focos de calor desde 1998 e uma queda de mais de 90% na área queimada em relação ao ano anterior.

Além disso, a área queimada até 2 de dezembro soma 202.678 hectares, o menor dado desde 2018 e drasticamente inferior aos 2.325.974 hectares destruídos em 2024, o ano mais devastador da história recente. A combinação de fatores como ação integrada, resposta rápida, conscientização e investimentos no combate resultou em redução significativa dos danos ambientais e à biodiversidade.

De acordo com o meteorologista do Centro de Monitoramento de Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec), Vinícius Sperling, o suporte climático foi essencial para orientar o planejamento estratégico das equipes de combate.

Vinícius: Informações meteorológicas orientaram o planejamento das ações de combate aos incêndios florestais em MS - (Foto: Alisson Lacerda)

"Os incêndios florestais estão diretamente ligados às condições climáticas. Por isso, o monitoramento contínuo de chuvas, temperatura e secas, com dados obtidos por estações meteorológicas e satélites, permite fornecer informações precisas aos órgãos de resposta", afirmou.

Ele destacou ainda que, apesar da redução dos focos, o Pantanal segue em alerta, devido à irregularidade das chuvas na região. “O cenário melhorou em relação ao ano passado, mas a distribuição das chuvas ainda é desigual no bioma pantaneiro, o que exige atenção contínua”, alertou.

O balanço operacional do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) revelou a mobilização de 1.298 militares, 60 viaturas e a formação de 929 brigadistas em 2025. As ações envolveram manejo de fogo controlado em 1.150 hectares e o monitoramento de 924 eventos de fogo, dos quais 88 exigiram combate direto com aplicação de diferentes estratégias, como aceiros e linhas de defesa.

Segundo o subdiretor da Diretoria de Proteção Ambiental do CBMMS, major Eduardo Rachid Teixeira, o sucesso da operação é reflexo da articulação institucional e do planejamento antecipado. "Embora não tenhamos enfrentado o pior cenário climático possível, a estrutura montada permitiu que ficássemos muito próximos do melhor resultado histórico. Essa integração entre as instituições foi fundamental para os bons resultados", avaliou.

O gerente de unidades de conservação do Imasul, Leonardo Tostes, atribuiu a redução dos incêndios a uma série de medidas integradas de prevenção. "Investimos em queima prescrita em áreas sensíveis, monitoramento via satélite e ampliação da sala de situação equipada com tecnologia de ponta. Além disso, fortalecemos a comunicação com a população e apostamos na educação ambiental como ferramenta de longo prazo", explicou.

WhatsApp Image 2025 12 03 at 16Gerente de unidades de conservação do Imasul, Leonardo Tostes, durante fiscalização em área de preservação ambiental - (Foto: Alisson Lacerda)

Ele informou que cerca de 1.500 hectares foram submetidos à queima controlada e que o órgão segue realizando fiscalização em parceria com a Polícia Militar Ambiental. “A ideia é transformar a prevenção em política permanente, não apenas uma resposta pontual”, pontuou Tostes.

Cooperação institucional é destaque na operação de 2025 - O tenente-coronel Leonardo Congro, presidente do Comitê do Fogo, ressaltou a importância da cooperação entre os entes públicos, organizações da sociedade civil e setor produtivo.

"O que observamos em 2025 é resultado de um trabalho integrado iniciado ainda em 2021, que se intensificou após os incêndios devastadores de 2020. A atuação conjunta entre bombeiros, órgãos ambientais e demais parceiros permitiu respostas mais rápidas e efetivas", afirmou.

Presidente do Comitê do Fogo, tenente-coronel Leonardo Congro, apresenta balanço positivo das ações integradas de combate aos incêndio - (Foto: Alisson Lacerda)

Congro acrescentou que o planejamento já está em curso para 2026, com foco no manejo integrado do fogo e na adoção de queimas prescritas durante o período de chuvas. “Não existe mais temporada de incêndios. Trabalhamos com a ideia de que o combate e a prevenção devem ocorrer o ano inteiro”, concluiu.

Entre os principais elementos que explicam o desempenho da Operação Pantanal 2025 estão:

A antecipação do planejamento tático-operacional;

A formação de quase mil brigadistas ao longo do ano;

A integração entre as instituições públicas e privadas;

O uso de dados meteorológicos para tomada de decisão;

A intensificação da fiscalização e aplicação de queima prescrita;

E a mobilização de bases avançadas em áreas críticas.

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