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MEIO AMBIENTE

Lula diz que mundo ainda depende de petróleo e defende exploração da Margem Equatorial

Às vésperas da COP30, presidente rebate críticas e afirma que o país usará recursos fósseis para impulsionar a transição energética

24 outubro 2025 - 07h40Felipe Frazão, enviado especial
Durante agenda na Indonésia, presidente Lula defendeu exploração do petróleo e reafirmou compromisso com transição energética.
Durante agenda na Indonésia, presidente Lula defendeu exploração do petróleo e reafirmou compromisso com transição energética. - (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom)

Em visita à Indonésia nesta sexta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que, embora o discurso pelo fim dos combustíveis fósseis seja necessário, nenhum país no mundo está atualmente em condições reais de abrir mão dessas fontes de energia.

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"É muito fácil falar fim do combustível fóssil, mas é difícil a gente dizer quem é que tem hoje condições de se libertar do combustível fóssil. Ninguém tem", declarou Lula durante entrevista coletiva em Jacarta, onde anunciou apoio do governo local ao fundo global “Florestas Tropicais Para Sempre”, a ser lançado na COP30.

A fala acontece no momento em que o Brasil se prepara para sediar, em 2025, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA) — e poucos dias após o Ibama autorizar a Petrobras a iniciar a perfuração de poços de petróleo na Margem Equatorial, mais especificamente no bloco FZA-M-59, na Foz do Amazonas.

A decisão tem gerado embates no governo e foi duramente criticada por ambientalistas e movimentos sociais. O presidente, no entanto, reafirmou seu apoio à medida, destacando que os recursos do petróleo serão fundamentais para financiar a transição energética no país.

"Nós estamos fazendo as coisas que têm que ser feitas corretamente. Vamos continuar investindo em energia renovável. Mas, enquanto o mundo precisar, o Brasil não vai jogar fora uma riqueza que pode melhorar a vida do povo brasileiro", afirmou.

Ao comentar sobre a exploração na Margem Equatorial, Lula foi questionado sobre a contradição entre o papel de anfitrião da COP30 e a busca por novas fontes de petróleo.

A autorização do Ibama dividiu o governo, com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendendo a exploração, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se posicionando contra. Apesar disso, o presidente minimizou os riscos ambientais e exaltou o histórico da Petrobras.

"Você não tem histórico da Petrobras com vazamento de óleo em lugar nenhum", disse, apesar de registros de incidentes documentados em relatórios oficiais. "Possivelmente seja a empresa com mais expertise de prospectar petróleo em águas profundas sem nenhum dano."

Lula reiterou que o Brasil pretende usar os recursos da exploração petrolífera para fortalecer o desenvolvimento de fontes de energia limpa. "Queremos usar o dinheiro do petróleo para consolidar a chamada transição energética", destacou.

Segundo ele, a estatal ainda depende da venda de petróleo, mas deverá se transformar em uma empresa voltada para energias renováveis nas próximas décadas.

O presidente também citou os avanços do Brasil em biocombustíveis como exemplo de compromisso ambiental: "Temos 30% de etanol na gasolina e 20% de biodiesel no diesel. Somos um dos países que mais tem energia renovável no planeta."

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