
As nascentes da bacia do Córrego Lajeado, no bairro Tiradentes, em Campo Grande, passaram por processo de restauração que levou o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) a arquivar o inquérito civil que investigava irregularidades ambientais na região. O caso faz parte do projeto Água para o Futuro, que irá proteger nascentes urbanas e assegurar o abastecimento hídrico na capital.
A área, inserida na Área de Proteção Ambiental do Lajeado (APA) e com mais de 5,1milhectares de extensão, é um dos principais mananciais da cidade, responsável pela recarga do lençol freático, regulação climática e preservação da biodiversidade.
Um laudo técnico havia apontado que cerca de 35,3% da cobertura vegetal de uma das nascentes (P07LAJ) era composta por espécies exóticas invasoras, como a leucena, suficiente para levantar suspeitas de degradação.
Para responder à notificação do MPMS, a empresa responsável implantou um Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADA), com licença ambiental simplificada da Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb) e fiscalização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur).
A iniciativa incluiu plantio de espécies nativas, cercamento, controle da leucena, monitoramento quinquenal e erradicação de erosões. Os relatórios recentes apontam taxa de sobrevivência das mudas acima de 90% e sinais claros de regeneração natural.
Reconhecendo o avanço, o Conselho Superior do MPMS delimitou, por unanimidade, o arquivamento do inquérito. A promotora de Justiça Andréia Cristina Peres da Silva ressaltou que “a recuperação das nascentes e o controle das espécies invasoras garantem qualidade de vida e sustentabilidade para CampoGrande”.

