
Desde 2014, Mato Grosso do Sul conta com uma ferramenta estratégica para acompanhar em tempo real a situação dos rios do Estado. Trata-se da Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS), criada para monitorar cotas fluviais e oferecer dados que orientam ações de prevenção a desastres e de segurança hídrica.

O sistema começou com 13 pontos de medição e, em 2023, passou a contar com 14 locais de monitoramento espalhados pelas principais bacias hidrográficas do Estado. A análise diária das informações gera boletins técnicos que mostram a variação do nível dos rios, subsidiando o planejamento de políticas públicas e ambientais.
Monitoramento constante dos rios ajuda a prevenir impactos da estiagem e orientar ações de segurança hídrica em Mato Grosso do Sul
Um comparativo realizado no dia 17 de setembro mostra que, em 2025, o cenário hidrológico está um pouco mais favorável do que no mesmo período do ano passado. O principal fator é o aumento do volume de água no rio Paraguai, o que reduziu o número de pontos críticos de estiagem.
No entanto, a situação ainda exige atenção. Alguns afluentes do rio Paraguai e rios da bacia do Paraná seguem com cotas abaixo do esperado, o que exige monitoramento contínuo.
De acordo com André Borges, diretor-presidente do Imasul, o trabalho realizado pela Sala de Situação é essencial para a tomada de decisões com base em evidências.
“O monitoramento hidrológico permite que o Estado atue com planejamento e responsabilidade. As informações ajudam a antecipar ações, garantindo segurança hídrica e evitando desastres, especialmente diante das mudanças climáticas”, destaca Borges.
As águas que cortam o Estado também contam histórias sobre o clima, o solo e a importância da preservação dos nossos recursos naturais
Segundo os dados históricos, os rios de Mato Grosso do Sul apresentam cotas mais baixas em setembro desde 2019. Esse padrão está relacionado à diminuição das chuvas, que impacta tanto a reposição das bacias quanto a recarga do lençol freático — essencial para manter o fluxo dos rios em períodos secos.
O técnico do Imasul, Leandro Neri Bortoluzzi, explica que, apesar da melhora em relação a 2024, a situação ainda é preocupante.
“Desde 2019, temos visto uma queda constante nos níveis de vários pontos monitorados. Este ano, embora menos crítico, ainda requer atenção, pois a recuperação depende diretamente do volume e da regularidade das chuvas”, explica Bortoluzzi.
O rio Paraguai, um dos mais importantes do Pantanal, tem papel vital para o equilíbrio ecológico da região e é acompanhado de perto pelo Imasul
Setembro marca a reta final do período de estiagem em Mato Grosso do Sul. Para que o cenário em 2026 seja mais positivo, é necessário que as chuvas retornem de forma regular e contínua nos próximos meses.
O monitoramento hidrológico realizado pela Sala de Situação seguirá sendo uma ferramenta fundamental para garantir a gestão eficiente dos recursos hídricos, principalmente em um contexto de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes.
