
Com uma meta ousada de neutralizar suas emissões de carbono até 2030, Mato Grosso do Sul foi um dos destaques do evento CNN Talks: COP30 – Resiliência Climática: Regulação e Financiamento, realizado na última terça-feira (8), em Brasília. Representado pelo governador Eduardo Riedel, o Estado foi citado como exemplo de equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental, com ênfase especial na proteção do Pantanal e na produção sustentável.

"Temos mostrado em Mato Grosso do Sul que é possível aliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental. O nosso Pantanal tem 83% do território preservado e continuamos com uma série de ações de preservação da biodiversidade", afirmou Riedel durante o evento. Segundo ele, a estratégia estadual também passa por tornar Mato Grosso do Sul um Estado carbono neutro até o final da década.

Preservação e produção aliadas - O governador destacou ainda que a combinação entre políticas públicas e investimento privado tem sido essencial para essa transição sustentável. Um dos principais trunfos do Estado está nos incentivos à instalação de plantas industriais de baixo impacto ambiental.
“Temos recebido grandes investimentos que ajudam a gerar energia limpa e mitigar a emissão de carbono. Um dos exemplos são as novas fábricas de celulose, projetos de bioenergia, além do crescimento da suinocultura e avicultura, com foco em sustentabilidade”, detalhou Riedel.
Essa abordagem se baseia em programas estaduais de estímulo à economia verde, com foco na inovação tecnológica, eficiência energética e recuperação de áreas degradadas, especialmente no Cerrado. “Já temos a transição de áreas degradadas para áreas de maior produtividade. Isso mostra que estamos no caminho certo, envolvendo ciência e conhecimento”, reforçou o governador.
Evento discute futuro climático do Brasil - Promovido pela CNN Brasil em parceria com a Agência iNFRA, o evento integra a cobertura especial da emissora em preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em novembro deste ano, em Belém (PA).
A proposta do encontro foi fomentar o debate entre governos, agências reguladoras, iniciativa privada e especialistas sobre como transformar vulnerabilidades em oportunidades no combate às mudanças climáticas. Entre os tópicos discutidos, estiveram o papel da regulação e os caminhos para financiamento de projetos sustentáveis.
Mato Grosso do Sul foi um dos protagonistas da mesa por contar com um dos biomas mais ricos do mundo — o Pantanal — e manter uma agenda pública voltada à sustentabilidade no agronegócio, setor que representa uma das principais forças econômicas do Estado.

Modelo de desenvolvimento atrai atenção nacional - A participação ativa de Mato Grosso do Sul neste tipo de evento mostra que o Estado busca consolidar sua posição como liderança nacional no campo da economia verde. Para Riedel, os avanços na agropecuária e na indústria regional são evidência de que é possível crescer preservando.
“Somos um Estado que se propôs a ser carbono neutro em 2030, com meta ousada e muito factível”, afirmou o governador. Ele também reforçou que o Pantanal, uma das maiores planícies alagáveis do planeta, continua como prioridade no plano de desenvolvimento estadual.
Além de manter o bioma preservado, MS também aposta na ciência e tecnologia para melhorar a produtividade das áreas de cultivo já existentes, sem avançar sobre novas áreas naturais. A estratégia, segundo o governo estadual, garante competitividade à produção sul-mato-grossense e agrega valor ambiental ao produto.

Caminho para a COP30 - Com a COP30 se aproximando, Mato Grosso do Sul já se posiciona como um dos Estados brasileiros com mais argumentos para levar à mesa de negociações internacionais. O compromisso com a descarbonização, a transição energética e o uso racional do solo são elementos centrais na agenda de MS para o encontro em Belém.
A presença do governador no CNN Talks reforça o papel das lideranças estaduais na construção da política climática brasileira, sobretudo em um momento em que o país tenta se projetar como protagonista global na pauta ambiental.
Para os organizadores do evento, este tipo de fórum é uma oportunidade de alavancar estratégias comuns entre o setor público e privado, e garantir que a infraestrutura futura do país seja compatível com os desafios das mudanças climáticas.
