
Mato Grosso do Sul possui atualmente cerca de 1,8 milhão de hectares de florestas plantadas e projeta atingir 2,5 milhões de hectares nos próximos três anos, um crescimento de 40% da base florestal. A expansão será guiada por práticas sustentáveis, cada vez mais valorizadas por grandes empresas do setor.

As informações foram destacadas pelo secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), durante o evento Bracell 2030, realizado nesta terça-feira em São Paulo, que discutiu “O Brasil na Vanguarda do Clima: da bioindústria à economia regenerativa”.
Promovido pela Bracell, em parceria com o Valor Econômico e a Editora Globo, o encontro reuniu autoridades, especialistas e líderes empresariais para debater ações concretas em prol de um futuro sustentável, alinhadas aos princípios ESG (ambiental, social e governança).
No painel “Economia Verde: Como o Brasil pode transformar ativos ambientais em vantagem global”, Verruck ressaltou a forte presença internacional do setor, que exporta cerca de 92% da produção de celulose. Segundo ele, essa visibilidade exige que as empresas adotem políticas de gestão sustentável, sendo a conformidade legal e a certificação florestal fundamentais.
“Empresas como Bracell e Suzano não iniciam atividades sem análise adequada, reservas legais e compensações ambientais. Atualmente, suas operações abrangem 1,181 milhão de hectares legais e certificadas”, destacou Verruck.
O secretário também comentou desafios relacionados à captura de carbono, citando que o IPCC da ONU não reconhece créditos de carbono de eucalipto plantado por ser temporário, embora a indústria defenda que técnicas como colheita, rebrota e replantio também devem ser consideradas na contabilização de carbono.
O setor pretende levar à COP30 um documento que reforça o protagonismo florestal do Brasil na preservação ambiental.
Projeções
Para os próximos anos, Mato Grosso do Sul espera consolidar o crescimento florestal com projetos da Bracell e da segunda planta da Eldorado, atingindo os 2,5 milhões de hectares plantados até 2028. Verruck ressaltou que áreas de preservação de pelo menos 700 mil hectares devem ser mantidas para garantir sustentabilidade ambiental.
