
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu nesta sexta-feira (21) que questões sensíveis da agenda ambiental não podem ser deixadas de lado por falta de tempo ou consenso. “O esforço é alcançar o melhor resultado. O tempo não pode ser o impedimento”, afirmou a ministra ao ser questionada sobre o andamento das negociações ambientais entre os países.
Entre os temas apontados como mais urgentes estão o financiamento climático de países desenvolvidos para ações em nações em desenvolvimento, o estabelecimento de metas mais ambiciosas para frear o aquecimento global, a imposição de restrições comerciais motivadas por critérios ambientais e a necessidade de maior transparência em relatórios sobre emissões de poluentes.
Discussões paralelas ganham força - De acordo com Marina, embora esses pontos ainda enfrentem divergências, o governo brasileiro defende que eles voltem à pauta com prioridade. O financiamento climático, por exemplo, é considerado crucial para que países em desenvolvimento consigam implementar políticas ambientais sem comprometer seu crescimento econômico.
Outro tema de destaque é a criação de metas mais rigorosas para conter o aquecimento global, que divide países com base em suas capacidades econômicas e matriz energética. Há também resistência em torno das chamadas barreiras verdes — medidas adotadas por alguns governos que limitam a importação de produtos de países que não cumprem padrões ambientais, o que pode prejudicar economias emergentes.
A transparência nas emissões de gases de efeito estufa fecha a lista dos principais impasses. Para Marina Silva, a clareza nos dados é essencial para a credibilidade das metas globais e para monitorar o avanço de cada país.
Expectativa de avanço nas negociações - A ministra reforçou que, apesar das dificuldades, há espaço para avanços. “São temas que demandam coragem política e compromisso com as futuras gerações. Não podemos deixar de enfrentá-los porque os prazos apertam ou as posições divergem.”
As tratativas sobre essas pautas devem continuar ao longo do dia, em reuniões entre autoridades e representantes de diversas nações. O objetivo, segundo Marina, é construir pontes e buscar convergências que permitam acordos efetivos e sustentáveis.

