Desde 28 de setembro, um incêndio de grandes proporções avança na região da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, já atingindo o Parque Nacional e ameaçando residências ao redor. O fogo destrói parte da vegetação e afeta animais domésticos — até agora, não há confirmação de mortes entre animais silvestres.
Até o último fim de semana (11 e 12 de outubro), duas das três frentes de fogo foram controladas, segundo o ICMBio — resta ativo ainda um incêndio na região de Nova Roma. A área total queimada é estimada em cerca de 80 mil hectares, embora não haja um número oficial definitivo.
Equipes de Ibama/Prevfogo, ICMBio, Rede Contra Fogo, Brivac, Brigada de São Jorge, Brigada Cerrado em Pé, além de bombeiros e brigadistas locais, atuam para conter o fogo e evitar avanços. O ICMBio informa que, ao longo da operação, 211 pessoas foram mobilizadas no combate direto ao incêndio.
O próximo período será decisivo. As equipes permanecem em vigilância para evitar reignições, monitorar calor residual e resgatar fauna afetada.
Até o momento, não foram detectados animais selvagens mortos, mas animais domésticos, como bovinos, foram atingidos pelas chamas.
O fogo chegou às bordas do parque e já invadiu áreas de vegetação interna.
É provável que o incêndio tenha sido provocado, segundo suspeitas ambientais.
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SemadGO) notificou ao menos 30 proprietários rurais para que expliquem sua eventual participação nos incêndios, com base em imagens de satélite. Em alguns casos, um único proprietário pode responder por 30 mil hectares queimados.
Desde 6 de outubro, fiscais estaduais, corporações militares, Polícia Civil e Ambiental realizam operações de campo e flagrantes para apurar responsabilidade.
Em 2024, um incêndio consumiu 10 mil hectares da Chapada, sendo 7 mil dentro do Parque Nacional.
Os desafios são muitos: relevo acidentado dificulta acesso, condições climáticas (temperaturas altas, baixa umidade) favorecem a propagação e o risco de reinício. A detecção precoce e resposta rápida são cruciais para minimizar danos ambientais.
