
O Pantanal sul-mato-grossense está enfrentando um dos períodos mais críticos de queimadas, com incêndios ameaçando áreas próximas à fronteira com a Bolívia e diversas regiões protegidas. Em Corumbá, a 450 km de Campo Grande, os bombeiros estão mobilizados para evitar que o fogo que vem do território boliviano invada o Brasil, especialmente na área de Paraguai Mirim, uma das mais sensíveis no combate.

Desde sexta-feira (6), militares estão atuando na região de Porto Índio, em Corumbá, para impedir que as chamas ultrapassem a fronteira. As equipes trabalham incansavelmente para conter os focos de incêndio e impedir que a situação se agrave.
Bombeiros de MS combatem incêndios nas áreas críticas de Corumbá e Miranda, ameaçadas por fogo vindo da Bolívia e clima extremo - (Foto: Arquivo)
Além da fronteira, Corumbá enfrenta sérios problemas com incêndios florestais na vegetação próxima à MS-228. Os focos estão localizados em áreas de morraria e mata fechada, o que dificulta o combate terrestre. Equipes locais, incluindo militares e trabalhadores de uma mineradora da região, estão monitorando os focos para evitar que se espalhem.
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Em Miranda, outra região fortemente impactada, o combate ao fogo se concentra em três frentes: Salobra, Betione e Retiro Chora. A situação em Salobra é particularmente delicada, e as operações foram reforçadas para proteger a comunidade ribeirinha que corre risco devido à proximidade das chamas.
A operação de combate ao fogo também avança em outras localidades críticas de MS. Em Piraputanga, no município de Aquidauana, os bombeiros conseguiram extinguir os focos de incêndio após uma intensa operação. No Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, em Naviraí, o combate aos focos segue com apoio aéreo, utilizando uma aeronave do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS).
Na região serrana de Costa Rica, os focos estão confinados, e os bombeiros trabalham para evitar que as chamas atinjam propriedades rurais. Em São Gabriel do Oeste, as equipes enfrentam o desafio do acesso difícil, mas continuam mantendo os focos sob controle para evitar maiores danos.
Em Porto Murtinho, na região do Pantanal, há vários focos de incêndio, e os militares continuam atuando tanto de forma direta quanto indireta para extinguir as chamas e proteger o bioma.
Monitoramento e condições climáticas - O monitoramento por drones e satélites segue em regiões como Aparecida do Taboado, Água Clara, Nabileque (em Corumbá) e Chapadão do Sul. As equipes de bombeiros e outras forças atuam na vigilância constante para detectar novos focos e evitar que os incêndios se alastrem.
As condições climáticas são um fator crucial que agrava a situação. O Pantanal sul-mato-grossense enfrenta um cenário de seca severa, com baixíssima umidade do ar e temperaturas extremas. A previsão para os próximos dias indica que a estiagem continuará, com temperaturas podendo atingir até 40°C, especialmente no norte do estado. Ventos de até 53 km/h aumentam o risco de propagação das chamas, enquanto a umidade relativa do ar permanece em torno de 10%, tornando o ambiente propício para novos incêndios.
