
A Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) vai representar o setor industrial sul-mato-grossense na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece de 11 a 14 de novembro, em Belém (PA). A participação ocorre em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi), o governo do Estado e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), com foco na apresentação de iniciativas sustentáveis e de inovação desenvolvidas no estado.
Durante o evento, a CNI manterá um estande próprio na chamada Blue Zone, espaço oficial de negociações da COP30. A programação do espaço contará com painéis, debates, apresentações de projetos e ações de articulação institucional. Representando a Fiems, o diretor de sustentabilidade Robson Del Casale destaca que a presença na COP é estratégica para consolidar o papel da indústria sul-mato-grossense no cenário ambiental global.
“Teremos uma oportunidade única de levar experiências e boas práticas da indústria local para disseminar entre os mais de 140 países participantes, ratificando a posição de Mato Grosso do Sul em se tornar um Estado carbono zero até 2030”, afirma Del Casale. “Mas também queremos trazer bons exemplos a partir do contato com todos estes países. Existe um grande desafio de envolver as micro e pequenas no processo de descarbonização, com objetivo de acelerar o desenvolvimento do Estado.”
Três indústrias com foco em economia circular ganham destaque - O estado será representado na COP30 por três indústrias que são referências em práticas de economia circular. A Organoeste, que atua na transformação de resíduos orgânicos em fertilizantes; a Real H, especializada no reaproveitamento de embalagens; e a Portoplast, com foco na reciclagem de resíduos plásticos.
Os projetos dessas empresas farão parte de um booklet de boas práticas da indústria brasileira, que será distribuído durante o evento. A ideia é mostrar que a indústria brasileira, especialmente a sul-mato-grossense, tem capacidade de alinhar desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental.
Tecnologia sul-mato-grossense aplicada à saúde será apresentada em realidade virtual - Outro destaque da participação de Mato Grosso do Sul na COP30 será a apresentação do projeto “Pegada Sesi: da medição à ação por uma saúde com menos carbono”. Desenvolvido pelo Centro de Inovação Sesi (CIS), localizado em Campo Grande, o projeto alia tecnologia e sustentabilidade para conscientizar sobre os impactos ambientais das ações cotidianas.
Por meio de um aplicativo e do uso de óculos de realidade virtual, o usuário poderá simular trajetos até uma unidade de saúde – seja de carro, moto ou ônibus – e visualizar, em tempo real, a emissão de carbono gerada. Ao final, o sistema oferece sugestões práticas para compensar esse impacto, como reciclagem de materiais, plantio de árvores e redução do consumo de carne.
A iniciativa foi selecionada em uma chamada técnica nacional do Sesi, na categoria “Saúde Conectada”. O engenheiro Jonas Balbinoti, líder de projetos de inovação do CIS, celebra a oportunidade de apresentar a solução para o mundo.
“A expectativa é enorme, principalmente por poder estar demonstrando que aqui em Mato Grosso do Sul temos trabalhado fortemente com emprego de tecnologias, tanto na área da saúde como da segurança no trabalho e da sustentabilidade. A motivação principal é mostrar que temos capacidade de criar aqui soluções inovadoras, com abrangência nacional e internacional”, afirma Balbinoti.
Conexão internacional e novos horizontes - A participação na COP30 reforça o compromisso da Fiems com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, dos quais é signatária por meio do Pacto Global. A federação aposta no evento como uma vitrine para as soluções desenvolvidas em Mato Grosso do Sul e também como uma plataforma de aprendizado e conexão com experiências internacionais.
Além de dar visibilidade às ações locais, o evento representa uma oportunidade para estabelecer novas parcerias e abrir caminhos para investimentos em inovação sustentável. A expectativa é que o intercâmbio de experiências gere impactos práticos para a indústria do estado e contribua com a meta de neutralização das emissões de carbono até 2030.


