O combate aos incêndios no Pantanal de Mato Grosso do Sul recebeu reforço significativo com a locação de aeronaves e equipamentos. Durante live semanal nesta quinta-feira (1º), o secretário Jaime Verruck (Semadesc) atualizou os dados da operação, que já dura 122 dias.
"Nós fizemos a locação de mais cinco aeronaves que serão disponibilizadas ao Corpo de Bombeiros e também locação de máquinas e equipamentos, esteiras, pá carregadeiras que estão se deslocando para a área do Rio Negro para ajudar na montagem de aceiros, proteger o Parque do Rio Negro. São duas ações importantes da Defesa Civil com recurso nacional", explicou Verruck.
Recentemente, o governo estadual obteve, através do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR), a liberação de R$ 13,4 milhões para ações de resposta da Defesa Civil no enfrentamento aos incêndios florestais no Pantanal. A portaria foi publicada em 16 de julho no Diário Oficial da União.
Jaime Verruck ressaltou a importância da parceria do Governo de Mato Grosso do Sul com o Governo Federal. "Nós nunca tivemos um sistema integrado de controle e de coordenação como nós temos nesse momento no Pantanal. É importante todo esse esforço adicional que estamos recebendo e é fundamental seguir com esse trabalho concentrado, com o apoio da União e de outros Estados por pelo menos mais dois meses e meio. Estamos trabalhando para garantir estrutura adequada, efetivo e recursos para que a gente evite um desastre ainda maior do que esses 700 mil hectares já queimados", afirmou.
O coordenador-geral da Defesa Civil, coronel Hugo Djan Leite, destacou a importância dos recursos federais. "A disponibilização de aeronaves para combate direto aos incêndios florestais é máxima porque ela vem potencializar a ação dos guerreiros do Corpo de Bombeiros, do Prevfogo, das ONGs e todas as outras unidades que estão realizando essa proteção ao nosso Pantanal."
Estão programadas missões de assistência humanitária para levar cestas básicas, água potável e atendimento médico às comunidades ribeirinhas afetadas pelos incêndios florestais no Pantanal.
A tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar, atualizou os dados da Operação Pantanal. A área queimada no Pantanal de Mato Grosso do Sul desde o início do ano até 30 de julho chega a 690 mil hectares, um aumento de 74,1% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram queimados 396,6 mil hectares. Os focos de calor detectados por satélite somam 3.783, um aumento de 26,2% comparado ao mesmo período de 2020, segundo dados do Inpe.
Desde abril, foram realizadas 344 ações de combate e 386 de prevenção. No momento, a operação conta com mais de 500 integrantes, incluindo bombeiros militares, militares da Força Nacional de Segurança Pública, das Forças Armadas, da Polícia Militar Ambiental, Polícia Federal, ONGs de proteção ambiental, além de agentes do Ibama, ICMBio e brigadistas do PrevFogo. São quase 100 meios de transporte usados, incluindo aeronaves, veículos terrestres e embarcações.
Valesca Fernandes, coordenadora do Cemtec, detalhou a previsão climática e chamou a atenção para o risco "extremo" de perigo de fogo no Pantanal entre os dias 31 de julho e 5 de agosto de 2024. A previsão entre os dias 1 e 7 de agosto indica tempo firme com sol, poucas nuvens, temperaturas estáveis e acima da média, podendo atingir 37°C, além de baixos valores de umidade relativa do ar, entre 10 e 30%. Entre os dias 7 e 9 de agosto, uma frente fria deverá aumentar a nebulosidade, com baixa probabilidade de chuvas e uma leve queda nas temperaturas.
