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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Cobras resgatadas de circos ganham nova função no Bioparque Pantanal

Animais que não podem voltar à natureza participam de ações de educação ambiental e conscientizam o público sobre o tráfico de animais

15 julho 2025 - 17h25Da Redação
Sucuri de aproximadamente 3 metros, resgatada no Pará, é uma das atrações do Bioparque Pantanal, onde vive em recinto adaptado.
Sucuri de aproximadamente 3 metros, resgatada no Pará, é uma das atrações do Bioparque Pantanal, onde vive em recinto adaptado. - (Foto: Divulgação)

Três serpentes que foram resgatadas de circos em Mato Grosso do Sul vivem hoje no Bioparque Pantanal, em Campo Grande. Elas não podem mais voltar para a natureza e agora participam de ações de educação ambiental. A ideia é mostrar ao público a importância desses animais para o meio ambiente e os perigos do tráfico de espécies silvestres.

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As serpentes Rachel, Capitu e Gaby Amarantos foram retiradas de situações irregulares. Rachel é uma jiboia de dois metros de comprimento. Foi encontrada em um circo na cidade de Amambai, onde era usada em um número chamado "Show do Cupido". Como perdeu o instinto natural por causa do contato com humanos, não pode mais viver sozinha na natureza. Agora, vive em um espaço com iluminação, toca aquecida, vegetação e água corrente.

Exemplar jovem de píton albina asiática é mantido em espaço que reproduz as condições naturais da espécie, sob cuidados da equipe técnica.Exemplar jovem de píton albina asiática é mantido em espaço que reproduz as condições naturais da espécie, sob cuidados da equipe técnica. - (Foto: Divulgação)

Capitu é uma píton albina, espécie que não existe naturalmente no Brasil. Também foi resgatada em Amambai, no mesmo circo. Com apenas três anos, já mede 2,5 metros e pode chegar a 8 metros de comprimento. Vive em um ambiente que simula a floresta tropical, com umidificador, pedras aquecidas e vegetação. O nome foi escolhido em uma votação aberta ao público.

Com cerca de três anos e 2,5 metros de comprimento, Capitu foi resgatada de circo ilegal em Amambai (MS) e vive sob proteção no Bioparque.Com cerca de três anos e 2,5 metros de comprimento, Capitu foi resgatada de circo ilegal em Amambai (MS) e vive sob proteção no Bioparque. - (Foto: Divulgação)

Gaby Amarantos é uma sucuri de 3 metros que veio do Pará. Depois de ser resgatada, passou por um período de adaptação e hoje também faz parte do plantel do Bioparque. A sucuri é nativa do Brasil e uma das espécies mais conhecidas da fauna amazônica.

Segundo a diretora do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri, esses animais passaram a ter uma nova missão. "Recebemos esses animais com a responsabilidade de oferecer uma vida digna e segura, especialmente para aqueles que não têm mais condições de voltar à natureza", disse.

As cobras fazem parte das atividades de educação do Bioparque, especialmente com estudantes. O espaço aproveitou o Dia Mundial da Cobra, comemorado nesta quarta-feira (16), para realizar oficinas de reciclagem, teatro de fantoches e contar as histórias das serpentes.

Jiboia resgatada de circo em 2023 perdeu instintos naturais e agora participa de ações de educação ambiental em Campo Grande (MS).Jiboia resgatada de circo em 2023 perdeu instintos naturais e agora participa de ações de educação ambiental em Campo Grande (MS). - (Foto: Divulgação)

A bióloga Carla Kovalski, que trabalha no cuidado com os animais do Bioparque, explica que os comportamentos naturais das serpentes continuam sendo estimulados. Isso garante mais bem-estar e qualidade de vida para os animais, mesmo fora do habitat natural.

Animal recebe estímulos sensoriais e ambientais em espaço com iluminação especial e estrutura pensada para o bem-estar de serpentes irrecuperáveis.Animal recebe estímulos sensoriais e ambientais em espaço com iluminação especial e estrutura pensada para o bem-estar de serpentes irrecuperáveis. - (Foto: Divulgação)

Esses casos mostram um desafio cada vez mais comum: o que fazer com animais que não podem mais ser devolvidos à natureza? Por lei, a soltura só é possível quando o animal está saudável, com instinto preservado e sem oferecer risco ao ecossistema. Quando isso não é possível, resta o cuidado em ambientes controlados, como zoológicos e bioparques, que também servem como locais de educação ambiental.

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