
Bonito já foi premiada dezoito vezes como o melhor destino de ecoturismo do Brasil. Agora, é reconhecida pela ONU como o primeiro destino do mundo com selo de carbono neutro. Nesta semana, o cinema se mistura a conversas sobre a urgência de cuidar do planeta.

Desde 26 de julho, o Festival de Cinema Sul-americano Bonito – CineSur – ocupa o Centro de Convenções da cidade com histórias que atravessam fronteiras. A Mostra Ambiental desta 3ª edição exibe seis longas e seis curtas, selecionados entre 47 produções inscritas. Os filmes discutem queimadas no Pantanal, crises hídricas, agrotóxicos, petróleo na Amazônia e desastres naturais que já mudam a paisagem de diferentes países da América do Sul.
Andrea Freire, da organização, diz que muitas obras impressionam pela força das imagens. “Alguns filmes parecem ficção, mas são realidade. A Mostra existe para provocar essa reflexão coletiva”, afirma.
Entre os destaques, o documentário “Sinfonia da Sobrevivência”, premiado em outros festivais, revela a dimensão dos incêndios no Pantanal e a burocracia que envolve o combate às queimadas.
Elis Regina, curadora da mostra, explica que a seleção valoriza tanto a linguagem artística quanto a mensagem ambiental. “Essas obras funcionam como alertas e atos de resistência. Trazem a sabedoria dos povos originários e lembram que a terra não é apenas recurso econômico, é parte de quem somos”, diz.
Depois das sessões, o Cine Debate transforma o fim da exibição em encontro direto entre público e realizadores. Rodrigo Fonseca, crítico e curador, destaca que essa troca é fundamental. “O festival aproxima experiências latino-americanas que raramente vemos em tela grande. As conversas fazem o cinema ganhar novo sentido”, afirma.
O diretor Marco Alterbeg concorda. “Os debates revelam como o público se conecta com os filmes. É ali que entendemos dúvidas, inquietações e até novas ideias. Essa interação fortalece o trabalho dos cineastas”, comenta.
O evento também adota medidas de sustentabilidade, com coleta seletiva e reciclagem de materiais. Desde a primeira edição, o festival repete o lema: “É bonito cuidar do ambiente que vivemos”. Para quem participa, a frase não é slogan publicitário, mas um convite a mudar hábitos.
O CineSur segue até 2 de agosto, com sessões diárias às 17h30 no auditório Kadiwéu, no Centro de Convenções de Bonito. A premiação será às 20h. Entre exibições, conversas e aplausos, o festival constrói uma narrativa coletiva sobre o que ainda é possível fazer para garantir futuro à vida na Terra.
